Era uma tarde quente em Fortaleza quando o clube resolveu puxar o tapete do argentino. Juan Pablo Vojvoda, que há pouco mais de dois anos era tratado como herói no Castelão, recebeu o bilhete azul após a derrota por 2 a 0 para o Fluminense.
Não deu outra. A diretoria do Leão do Pici não teve dúvidas - com apenas 4 vitórias em 16 jogos no Brasileirão, o time estava afundando na tabela. "Decisão difícil, mas necessária", justificou o presidente Marcelo Paz, em tom que misturava cansaço e frustração.
O que deu errado?
Quem diria que o mesmo técnico que levou o Fortaleza a duas finais de Copa do Nordeste e à histórica classificação para a Sul-Americana naufragaria tão rápido. O elenco, que antes parecia uma máquina bem lubrificada, começou a apresentar falhas gritantes:
- Defesa vazando como peneira
- Meio-campo sem criatividade
- Ataque que esquecera o caminho do gol
"A gente via os jogadores em campo, mas não via um time", confessou um torcedor veterano, enquanto tomava sua cerveja no boteco da esquina. E a torcida, aquela que lotava o estádio mesmo nas segundas-feiras chuvosas, começou a vaiar.
E agora, José?
Enquanto Vojvoda arruma as malas - dizem que ele já tem proposta do exterior -, o Fortaleza coloca o auxiliar Marcinho no comando interino. Mas até quando? O mercado especula nomes como:
- Roger Machado, o "professor"
- Alberto Valentim, que conhece o Nordeste
- Alguma aposta arriscada da América do Sul
Uma coisa é certa: o novo técnico vai precisar de estômago forte. O calendário não perdoa - próxima rodada é contra o líder Botafogo. E o torcedor, esse sim, está com o facão afiado.
"Time grande não pode ficar nesse mormaço", resmungou um senhor de chapéu de couro, enquanto acompanhava a notícia no rádio velho. A frase, dita com sotaque arrastado, parece resumir o clima na capital cearense.
