
Parece que o fantasma do protecionismo está de volta — e dessa vez com um sotaque bem americano. A decisão de Donald Trump de aumentar tarifas sobre produtos brasileiros não é apenas um capricho de um ex-presidente que não larga o osso. É um terremoto que sacode desde o agronegócio até os gabinetes políticos em Brasília.
Tarcísio Freitas, o governador que mal acabou de se acomodar na cadeira, já sente o calor. "É como se tivéssemos virado alvo de um teste de resistência", comentou um assessor sob condição de anonimato. E não é para menos. As cifras são pesadas: setores como aço e alumínio podem perder milhões quase da noite para o dia.
O jogo político por trás dos números
Enquanto isso, a oposição esfrega as mãos. Alguns veem aí a chance perfeita para desgastar o governo — mas será que não estão subestimando o efeito dominó? Afinal, quando o trem descarrila, atinge todo mundo, não importa em qual vagão você está.
- Exportadores já preveem redução de até 15% nas vendas
- Preços internos podem sofrer reajustes já no próximo trimestre
- Empregos em setores vulneráveis entram na zona de risco
Não é de hoje que o Brasil dança nessa corda bamba. Lembram-se da crise de 2018? Pois é, parece história antiga, mas o script se repete — só que agora com ingredientes ainda mais explosivos. A diferença é que desta vez o cenário doméstico já vem combalido por outros problemas estruturais.
E agora, quem segura esse rojão?
Os economistas estão divididos. Uns falam em medidas compensatórias imediatas; outros acham que é hora de diversificar mercados de uma vez por todas. "Ficar na dependência de um só comprador é como construir casa na areia", dispara a professora de relações internacionais Ana Claudia Duarte.
Já no Congresso, o clima é de... bem, vamos dizer "cauteloso otimismo". Será? Entre os bastidores, o que se vê são calculadoras a todo vapor e discursos sendo repensados. Afinal, ano que vem tem eleição municipal, e ninguém quer chegar lá com o discurso engasgado.
Uma coisa é certa: o tal "tarifaço" veio para ficar — pelo menos enquanto Trump continuar no jogo. E o Brasil? Bem, o Brasil vai ter que aprender a jogar xadrez em meio a um terremoto. Como diria meu avô: "Quando a esmola é demais, o santo desconfia".