O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não está nada satisfeito com a possibilidade de novas tarifas impostas pelos Estados Unidos — e deixou isso claro. "Isso aqui vai doer, e muito", disparou durante coletiva em Ribeirão Preto, puxando um suspiro que dizia mais que mil palavras.
Segundo ele, certos setores da economia brasileira podem sofrer um baque "insuportável" se as medidas seguirem adiante. E não, não é exagero: estamos falando de indústrias que já estão com a corda no pescoço, tentando se recuperar dos últimos anos conturbados.
O jogo de xadrez comercial
Enquanto Washington discute números em salas climatizadas, aqui o clima é de apreensão. Tarcísio, que parece ter trocado o café por adrenalina ultimamente, insiste que o caminho é o diálogo. "Temos que sentar, conversar, mostrar nossos dados", defende, com aquela voz firme de quem já negociou coisa pior.
Mas será que alguém lá está ouvindo? Difícil dizer. O fato é que o Brasil não pode simplesmente cruzar os braços. Algumas estimativas — ainda preliminares — sugerem perdas que fariam até o mais otimista dos economistas franzir a testa.
Setores na mira
- Aço e metais: "O golpe seria direto no fígado", como diriam os mais velhos
- Agronegócio: Justo quando as coisas pareciam estar melhorando
- Autopeças: Um setor que emprega milhares e pode ver margens desaparecerem
Curiosamente, enquanto fala de números, Tarcísio solta pérolas como "isso não é brincadeira de criança" — uma mistura de linguajar técnico com expressões populares que só políticos experientes conseguem equilibrar.
E o timing? Péssimo. Com a economia global mais instável que barco em mar revolto, qualquer vento contra vira tempestade. "Temos que ser pragmáticos", insiste o governador, num tom que mistura alerta com um quase-desabafo.
Resta saber se o Itamaraty conseguirá jogar suas cartas com a mesma habilidade de um jogador de pôquer experiente — ou se vamos ficar apenas na defensiva, assistindo aos impactos chegarem como onda em dia de maré alta.
