
O Partido dos Trabalhadores (PT) avalia que uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso das joias pode servir como um "gatilho" para desviar a atenção pública das investigações da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, que analisa supostas irregularidades na gestão do órgão durante o governo anterior.
Segundo fontes petistas, há preocupação de que o desfecho do processo envolvendo as joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras — atualmente em análise no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — ofusque os trabalhos da CPMI, que investiga denúncias de corrupção e mau uso de recursos públicos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Estratégia política em jogo
Internamente, o PT discute como equilibrar o foco midiático entre os dois temas. Alguns defendem que a condenação de Bolsonaro fortaleceria a narrativa de "limpeza" na política, enquanto outros temem que isso diminua a pressão sobre as investigações do INSS, consideradas prioritárias para o partido.
"Há um risco real de que a opinião pública passe a enxergar apenas o caso Bolsonaro e deixe de acompanhar as revelações da CPMI, que podem impactar diretamente milhões de beneficiários", admitiu um deputado petista sob condição de anonimato.
Os dois fronts da oposição
Analistas políticos destacam que a CPMI do INSS e o processo das joias representam dois fronts importantes para a oposição:
- A CPMI mira supostos desvios durante a gestão Bolsonaro no INSS
- O caso das joias pode levar à inelegibilidade do ex-presidente
O desafio, segundo especialistas, será manter ambos os processos em evidência sem que um anule o outro no noticiário político.