
Era pra ser um encontro rotineiro — desses que acontecem nos bastidores do poder. Mas virou um verdadeiro cabo de guerra entre Hugo Motta, presidente da Câmara, e a oposição, que não conseguiu sequer sentar à mesa. Tudo porque, em pleno recesso parlamentar, o mandatário simplesmente vetou a realização da reunião.
"Isso é um absurdo sem tamanho", disparou um deputado que preferiu não se identificar. "Querem calar a oposição até nos momentos em que deveríamos debater projetos urgentes."
O que diz o regimento?
Ah, aí é que tá o pulo do gato. Motta alega que, tecnicamente, durante o recesso, só podem ocorrer atividades "excepcionais e previamente autorizadas". Mas os oposicionistas rebatem: "Desde quando debater políticas públicas é exceção?"
Detalhe curioso: a mesa diretora não divulgou nenhum comunicado oficial. Tudo foi resolvido nos corredores, entre um café requentado e olhares atravessados. Coisa de quem não quer deixar papel assinado.
E agora?
Enquanto isso, nas redes sociais, a briga pegou fogo:
- "Autoritarismo disfarçado de regimento" — tuitou uma parlamentar
- "Só queremos trabalhar" — postou outro, com foto da porta fechada
- Do lado governista? Silêncio. Daqueles que falam mais alto que gritaria.
Pra piorar, o calendário político não ajuda. Com as eleições municipais no horizonte, cada gesto vira peça de xadrez. E nesse tabuleiro, parece que alguns querem jogar com as regras do lado de fora da caixa.
Será que vamos ter mais capítulos dessa novela? Por enquanto, o que resta é a certeza de que, em Brasília, até o silêncio faz barulho.