
O clima na Câmara dos Deputados está mais tenso que fila de banco em dia de pagamento. E não é pra menos: o presidente da Casa, Arthur Lira, decidiu cortar pela raiz uma série de manobras que vinham sendo articuladas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na prática, o que aconteceu? Uma portaria assinada pelo primeiro-secretário da Mesa Diretora, Marcelo Freitas Motta, suspendeu temporariamente as reuniões das comissões temáticas. Parece medida burocrática, mas é um golpe certeiro no que os bolsonaristas chamam de "estratégia de resistência".
Jogo de poder nos bastidores
Os deputados da base bolsonarista estavam usando as comissões como palco para um verdadeiro teatro político. Táticas de obstrução, pedidos de vista intermináveis e debates inflamados sobre temas irrelevantes — tudo para atrasar a pauta do governo Lula.
"Era cada manobra que até mágico ficaria com inveja", brinca um assessor parlamentar que prefere não se identificar. "Só faltava tirar coelho da cartola."
- Reuniões canceladas até nova ordem
- Pautas prioritárias do governo liberadas
- Bolsonaristas perdem espaço de articulação
O que mais irritou os aliados de Lira foi o uso abusivo do regimento interno. "Transformaram as comissões em arena de guerra", reclama um deputado governista. "Enquanto isso, projetos importantes ficavam engavetados."
E agora, José?
Os bolsonaristas prometem reagir — porque político sem crise é como feijoada sem linguiça. Já circulam nos corredores rumores de que vão recorrer ao plenário para derrubar a medida.
Mas Lira parece ter calculado bem o movimento. Ao contrário do que muitos pensam, não se trata apenas de alinhamento com o Planalto. É também uma jogada para recuperar o controle da Casa, que andava meio solto nas mãos das bancadas radicais.
Enquanto isso, o governo respira aliviado. Pelo menos por enquanto, as principais pautas econômicas devem fluir com menos obstáculos. Resta saber até quando essa trégua vai durar na selva de pedras que é o Congresso Nacional.