
Eis que o jogo político esquentou de vez em Brasília. Arthur Lira, o todo-poderoso presidente da Câmara, e José Guimarães, líder do governo na Casa, estão correndo contra o relógio para apagar um incêndio que nem começou direito. Tudo porque o presidente Lula decidiu botar o pé no freio num projeto que veio direto do plenário.
Numa jogada que pegou todo mundo de surpresa — ou nem tanto —, Lula vetou integralmente o PL 2.543/2022. O projeto, que tinha passado com festa pela Câmara, previa um monte de mudanças nas regras do licenciamento ambiental. Mas parece que o Planalto não engoliu a pílula.
O xadrez político
E agora? Bem, aí é que entra o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da proposta. O cara tá tentando costurar um acordo pra evitar que o veto vire uma bola de neve. Mas tem um senão: o deputado Paulo Motta (PL-SP), que preside a comissão especial do projeto, já soltou o verbo. E não foi nada bonito.
"Se o governo quer brincar de empurra-empurra, a gente também sabe jogar", disparou Motta, com aquela cara de quem não tá pra brincadeira. O recado? Simples: a pauta do governo pode mofar nas gavetas da Câmara como resposta ao veto.
O jogo de poder
Nessa altura do campeonato, até o café no Congresso esfriou. Lira, que normalmente manda e desmanda, parece estar numa sinuca. De um lado, a base aliada pressionando. Do outro, o Planalto mostrando quem manda. E no meio? Uma penca de projetos importantes que podem virar reféns dessa briga.
O que ninguém conta é que:
- O veto pegou até os aliados de surpresa
- O clima nos bastidores tá mais tenso que corda de violino
- Até as vaquinhas de estimação dos deputados estão evitando o plenário
Enquanto isso, Guimarães — que tem o trabalho mais ingrato de Brasília — tenta convencer todo mundo que isso não é o começo do fim do mundo. "Calma, pessoal, é só um veto", diz ele, com um sorriso que não chega aos olhos.
E agora, José?
O fato é que ninguém sabe direito como essa novela vai terminar. Se Motta botar a ameaça em prática, pode esquecer aquela lista de prioridades do governo. Vai tudo pro beleléu. E olha que a gente nem tá falando de projeto pequeno não — tem coisa importante na fila, viu?
Pra piorar, tem eleição batendo na porta. E político com medo de perder votos é igual criança com medo de escuro: faz qualquer coisa pra se sentir seguro. Será que vão conseguir achar um meio-termo? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o cafezinho nos bastidores nunca foi tão amargo.