
Numa resposta que mistura firmeza e um toque de ironia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu as declarações do ex-presidente americano Donald Trump sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. E deixou claro: o Brasil não vai se submeter.
"Tem gente que acha que o mundo ainda é colônia", disparou Lula, sem citar nomes, mas deixando claro a quem se referia. "O Brasil é, sim, um bom parceiro comercial. Mas parceiro significa igualdade — não submissão."
O pano de fundo da polêmica
Tudo começou com aquela típica declaração bombástica de Trump — quem acompanha o político americano já sabe como ele opera. Durante um comício, o republicano sugeriu que os EUA deveriam "tratar o Brasil como merece" nas relações comerciais.
Não demorou para a resposta brasileira vir à tona. E não foi qualquer resposta: veio carregada daquela mistura de diplomacia e assertividade que marca o estilo Lula.
Os números que Trump parece ignorar
Enquanto o ex-presidente americano fala em "deslealdade" comercial, os dados contam outra história:
- O Brasil é o 9º maior parceiro comercial dos EUA
- O fluxo comercial bilateral supera US$ 100 bilhões anuais
- Mais de 20 estados americanos têm o Brasil como principal destino de exportações
"Quando a gente fala em comércio, não é ajuda — é negócio", destacou um assessor presidencial que preferiu não se identificar. "Os dois lados ganham. Isso se chama reciprocidade."
O tom da resposta brasileira
O que mais chamou atenção não foi o conteúdo da resposta, mas a forma. Lula evitou o tom agressivo, mas deixou claro que não aceitaria o que chamou de "discurso colonialista".
"Temos orgulho da nossa história", afirmou o presidente, com aquela pausa dramática que marca seus discursos mais contundentes. "E vamos escrever o futuro em pé — não de joelhos."
Analistas políticos destacam que o episódio revela muito sobre o momento das relações bilaterais. "É o choque entre duas visões de mundo", explica a cientista política Carla Junqueira. "De um lado, a nostalgia de um passado unilateral; de outro, a defesa de um multilateralismo real."
Enquanto isso, no planalto, a mensagem é clara: o Brasil não vai recuar na defesa de seus interesses — mesmo que isso signifique enfrentar críticas de figuras como Trump. O jogo diplomático segue, mas as regras, parece, estão mudando.