
Era pra ser mais um dia comum no calendário político, mas o clima esquentou em Brasília. Na véspera da temida alta de tarifas americanas sobre produtos brasileiros, o presidente Lula soltou o verbo: conversa direta com Donald Trump? Esquece.
"Tem horas que a gente precisa preservar a dignidade do país", disparou o mandatário, com aquela cara de quem não tá nem aí pra polêmica. O recado foi dado durante coletiva no Palácio do Planalto, enquanto ajustava o microfone com aquele jeito característico de quem já viu muita coisa na vida política.
O xadrez das tarifas
O papo é sério. Os EUA ameaçam aumentar as tarifas para o aço brasileiro em até 25% - um golpe duro num setor que já anda cambaleando. Mas o Planalto parece preferir o caminho multilateral. "Vamos resolver isso na OMC, como manda o figurino", afirmou um assessor próximo, sob condição de anonimato.
Curiosamente, Trump vinha fazendo gestos ambíguos. De um lado, elogios ao "grande líder" Lula; de outro, a canetada tarifária. Coisa de quem joga xadrez enquanto fala de golfe, como diria um diplomata experiente.
Reações em cadeia
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Enquanto isso, nas redes sociais, a briga rende memes e discussões acaloradas. De um lado, os "America First"; do outro, os "Brasil acima de tudo". E no meio, como sempre, o cidadão comum que paga a conta no final do mês.
Será que essa fria nas relações comerciais vai esquentar em breve? Difícil dizer. O que se sabe é que, pelo menos por enquanto, o telefone entre Brasília e Mar-a-Lago permanece mudo - e carregado de significados.