O clima esquentou de verdade no planalto central. E não foi por causa do tempo seco, não. O presidente Lula soltou os cachorros contra o governador de Minas Gerais, Roman Zema, num ataque que misturou números, mágoa e uma pitada de desconfiança pessoal.
Numa daquelas conversas francas que vazam para a imprensa — quem nunca? — Lula não usou meias palavras. Ele basicamente chamou Zema de "falso humilde", o que é daquelas frases que grudam na carreira de qualquer político. Mas a crítica foi além do pessoal, mergulhando fundo na velha e empoeirada questão da dívida que Minas tem com a União.
Segundo o presidente, o governo mineiro — pasmem! — ainda não pagou um único centavo do que deve. E olha que não é pouca coisa. A conta gira em torno de R$ 15 bilhões, negociada ainda no governo passado. Lula lembrou, com um tom de quem já cansou de esperar, que deu todas as condições, todos os prazos, mas o governo estadual simplesmente… não pagou.
O Discurso do 'Faz de Conta'
O que parece ter irritado mesmo o presidente foi a postura pública do governador. Zema, que se pinta como um administrador pragmático e desideologizado, um cara que só quer resolver problemas, estaria, na visão de Lula, praticando um teatro de humildade. "Ele é falso humilde. Ele age como se fosse o bonzinho, o moderado, mas na hora H some", disparou o presidente, num misto de raiva e decepção.
É aquela velha história: promessa é dívida. E no mundo da política, quando a dívida não é paga, o calo incha. Lula deixou claro que a paciência tem limite, mesmo com governadores de oposição. O recado foi dado, e não foi por debaixo dos panos. Foi na lata.
E Agora, José?
O impasse joga uma luz crua sobre o relacionamento conturbado entre o Planalto e os estados. Enquanto a União espera o dinheiro para fechar as contas, os governos estaduais alegam dificuldades financeiras — uma dança familiar para qualquer brasileiro que acompanha política há mais de cinco minutos.
A pergunta que fica, e que todo mundo no bar já deve estar fazendo, é: isso vai virar um caso de desobediência fiscal? Ou será apenas mais um capítulo da novela 'Brasil: A Ciranda das Dívidas', que ninguém sabe quando vai acabar? Bom, por enquanto, ficamos com o embate verbal. E, convenhamos, está bem interessante.
