
Em resposta direta ao Senado Federal, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, saiu em defesa da proposta do governo para o Imposto de Renda e não poupou críticas ao estudo realizado pela casa legislativa superior.
Confronto entre Poderes
O embate político acentuou-se após a divulgação de análise técnica do Senado que alerta para possíveis aumentos na carga tributária da classe média brasileira com a reforma proposta pelo Executivo. Lira, no entanto, enxerga motivações políticas por trás dos números.
"Há uma tentativa clara de tumultuar o processo legislativo", afirmou o deputado, em tom de confronto. Segundo sua avaliação, o momento exige seriedade e não "criação de clima artificial" em torno de tema tão sensível para a economia nacional.
Os números em disputa
O estudo senatorial que gerou a polêmica utiliza diferentes cenários para demonstrar que:
- Contribuintes com renda entre R$ 2.640 e R$ 5.000 mensais poderiam ter aumento de até 44% no imposto devido
- Faixas de renda mais altas teriam redução na carga tributária
- O impacto fiscal seria assimétrico entre diferentes estratos sociais
A equipe econômica do governo, no entanto, contesta a metodologia utilizada e defende que a reforma trará mais justiça e simplicidade ao sistema tributário.
Defesa da Proposta Governamental
Lira reforçou os argumentos do Palácio do Planalto ao destacar que a atualização das faixas de isenção do IR é uma demanda antiga da sociedade. "Estamos discutindo uma correção há muito necessária", lembrou o parlamentar.
O presidente da Câmara também enfatizou que a proposta em tramitação busca equilibrar:
- Alívio tributário para as famílias de baixa renda
- Manutenção da arrecadação para políticas públicas essenciais
- Simplificação do sistema para reduzir burocracia
Caminho pela frente
Com as divergências técnicas e políticas expostas, o processo de votação da reforma tributária promete acirrados debates nos próximos meses. A posição firme de Arthur Lira indica que a Câmara não recuará em sua defesa da proposta original do governo, mesmo sob pressão do Senado.
O desfecho deste embate definirá não apenas os rumos da política tributária brasileira, mas também as relações entre os Poderes em ano de intensa atividade legislativa.