
Não é todo dia que a política externa vira um verdadeiro cabo de guerra — mas quando vira, a coisa esquenta rápido. Gleisi Hoffmann e Messias Bolsonaro, dois pesos-pesados da cena política brasileira, não economizaram palavras ao reagir à revogação de vistos por parte dos Estados Unidos para ministros do governo. A medida, que pegou muitos de surpresa, foi classificada como uma "interferência descarada" nos rumos do Brasil.
"Isso aqui não é quintal de ninguém", disparou Gleisi, com aquela mistura de indignação e ironia que só ela sabe dosar. O tom foi ecoado por Messias, que não ficou atrás: "Quando um país resolve brincar de deus com as soberanias alheias, a gente lembra que o mundo não é um playground".
O que está por trás da decisão?
Segundo fontes próximas ao Planalto, a revogação teria relação com posicionamentos do governo brasileiro em fóruns internacionais — aquelas decisões que fazem os EUA torcer o nariz. Mas ninguém confirmou nada oficialmente, então fica o mistério: seria retaliação, pressão política ou apenas mais um capítulo das relações conturbadas entre os dois países?
O Itamaraty, sempre diplomático, preferiu não entrar no mérito — mas não deixou de frisar que "ações unilaterais dificultam o diálogo". Traduzindo: não gostamos, mas vamos conversar.
E agora?
Enquanto isso, no Congresso, a situação virou combustível para debates acalorados. Alguns defendem medidas de reciprocidade, outros pedem cautela. "Temos que responder, mas sem perder a cabeça", comentou um deputado, tentando equilibrar-se entre o orgulho nacional e o pragmatismo político.
O certo é que o episódio jogou luz sobre uma velha discussão: até onde vai a soberania de um país quando as grandes potências resolvem apertar os botões certos? Pergunta difícil, resposta mais complicada ainda. Enquanto isso, os ministros afetados terão que replanejar suas agendas internacionais — a menos que alguém resolva desenrolar esse novelo diplomático.