
O clima político esquenta e as opiniões se dividem como facções rivais num campo de batalha. Segundo o mais recente levantamento do Datafolha — aquele que sempre dá o que falar —, 57% dos brasileiros consideram que Donald Trump meteu os pés pelas mãos ao se pronunciar sobre o julgamento de Jair Bolsonaro.
Não é pouca coisa. A pesquisa, feita entre os dias 28 e 30 de julho, ouviu 2.556 pessoas em 147 municípios. Margem de erro? Dois pontos pra mais ou pra menos, como sempre. E olha que o assunto não é simples: o ex-presidente americano resolveu dar pitaco num processo que mexe com os nervos de metade do país.
Trump x Bolsonaro: a polêmica que ninguém pediu
"Foi um tiro no pé", diz Maria da Silva, 54 anos, vendedora ambulante em São Paulo. "Quem é ele pra opinar sobre nossas leis?" Já Carlos, motorista de aplicativo, pensa diferente: "Trump tem moral pra falar, viveu a mesma perseguição".
Os números mostram que:
- Entre os que apoiam Bolsonaro, 78% acham que Trump estava certo
- Nos críticos ao ex-presidente, 89% consideram as declarações inapropriadas
- Os indecisos? Bem, esses continuam em cima do muro, como sempre
O timing não poderia ser pior — ou melhor, dependendo de que lado você está. O julgamento corre em segredo de Justiça, mas já vazou tanto que parece peneira furada. E agora essa interferência internacional? "Parece novela mexicana", brinca um analista político que preferiu não se identificar.
O que dizem os especialistas
Juristas ouvidos pela reportagem são unânimes em um ponto: a declaração de Trump complica, mas não muda o jogo. "É como jogar gasolina numa fogueira que já estava grande", compara o professor de Direito Constitucional da USP, Renato Alves.
Já no plano internacional, a coisa pega outro tom. "Isso pode afetar relações diplomáticas num momento delicado", alerta a cientista política Ana Beatriz. "Mas convenhamos, com esses dois personagens, esperávamos mesmo tranquilidade?"
O certo é que o assunto promete render ainda muito. Enquanto isso, nas redes sociais, as brigas continuam acaloradas. E o país? Bem, o país segue dividido ao meio, como uma faca cega tentando cortar um bife duro.