
O placar está se formando - e a história está sendo escrita neste exato momento. Numa quartinta-feira que dificilmente será esquecida, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou de maneira firme e contundente pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. O crime? Constituir uma organização criminosa com um objetivo tão audacioso quanto assustador: golpear a democracia brasileira.
Parece ficção, mas é a pura realidade. A votação aconteceu no inquérito que investiga aqueles atos golpistas de 2022, sabe? Aqueles eventos que deixaram o país de cabelo em pé. E olha só: a posição de Moraes foi seguida por todos os outros ministros. Unanimidade. Algo raro num tribunal conhecido por suas divergências.
Quem mais foi atingido pela decisão?
Além de Bolsonaro, o ministro citou nominalmente um punhado de figuras-chave: Filipe Martins (ex-assessor especial da Presidência), Tercio Arnaud Tomaz (ex-assessor de Carlos Bolsonaro), Marcelo Câmara (ex-delegado da Polícia Federal), Paulo Amador da Silva (ex-major da Força Aérea), Ailton Barros (ex-deputado estadual), Osmar Crivelatti (ex-coronel da PM) e Johnathan Souza (ex-assessor de Augusto Heleno).
O núcleo duro do suposto esquema, segundo o relator.
Os crimes em detalhe
Moraes foi minucioso. A acusação não é simples - estamos falando de uma combinação pesada: organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e ainda obstrução da Justiça. Uma salada completa com os ingredientes mais perigosos do direito penal.
E tem mais. O ministro não se ateve apenas aos crimes do passado recente. Ele conectou os pontos e apontou que o mesmo grupo, a mesma organização, teria orquestrado os ataques terroristas de 8 de janeiro de 2023. Uma trama contínua, um projeto de poder pela força.
"A prova dos autos é robusta e demonstra de forma cristalina a existência de uma organização criminosa", afirmou Moraes, sem rodeios. A linguagem jurídica, mas com um peso que qualquer cidadão consegue sentir.
E agora, o que esperar?
Com a votação unânime, a condenação parece inevitável. Resta saber qual será a pena aplicada a cada um dos réus. O STF ainda discute esse ponto, mas o sinal verde para a responsabilização já foi dado. E que sinal verde.
O julgamento, que acontece numa sessão virtual, é acompanhado com lupa por juristas, políticos e, claro, por toda a nação. É daquelas decisões que dividem famílias enchem os bares de discussão e definem o tom do país pelos próximos anos. O Brasil, mais uma vez, vê suas instituições serem testadas - e, pelo menos hoje, elas parecem estar funcionando.
Fica a pergunta no ar: será este o epílogo de um período conturbado ou apenas o começo de um novo capítulo? Só o tempo - e talvez o STF - dirá.