Supremo em xeque: Moraes e Fux travam primeiro embate histórico no julgamento do golpe
Moraes e Fux divergem em minutos no julgamento do golpe

E não é que o placar começou a esquentar antes mesmo do intervalo? Logo no primeiro round do aguardado julgamento no Supremo, aquele que promete virar o jogo nas investigações sobre os acontecimentos de 8 de dezembro, dois pesos-pesados da corte travaram um duelo de interpretações.

Alexandre de Moraes – sim, aquele mesmo que virou quase um personagem de thriller político nos últimos anos – e Luiz Fux, experiente e meticuloso, mostraram que não leem o script da mesma maneira. E olha que a peça mal começou.

O ponto da discórdia? A tal da “autonomia investigatória”

Enquanto o relator, ministro Kassio Nunes Marques, lia seu voto – defendendo que o inquérito das fake news siga seu curso normal, sob um único comando –, eis que surge a primeira rachadura no consenso. Fux, com aquela calma que só os anos na toga conferem, questionou se não estaríamos diante de uma sobreposição perigosa.

Mas peraí”, deve ter pensado meio mundo acompanhando pela TV Justiça. “Agora vai mudar tudo?

Já Moraes, não demorou nem um minuto para rebater. Na visão dele, separar as investigações seria como tentar apagar um incêndio com uma colher de chá – praticamente inútil diante da complexidade e dos fios que se entrelaçam entre os casos. Uma sinfonia de crimes, como já disse por aí, que precisa de um único regente para não virar uma cacofonia processual.

E o clima?

Nada daquela cerimônia monótona de sempre. Dava pra sentir a tensão no ar, mesmo pela tela. Cada argumento, cada nuance jurídica, carregava o peso de uma nação ainda se recuperando de um dos capítulos mais sombrios de sua história recente.

E no meio disso tudo, a pergunta que não quer calar: o que significa essa primeira divergência? Será apenas um debate técnico, daqueles que os ministores adoram ter, ou é o sinal de uma fissura mais profunda na forma como o Supremo enxerga seu próprio papel diante de uma crise sem precedentes?

Uma coisa é certa: o julgamento que prometia ser histórico está mostrando que, de fato, vai render muito mais do que uma simples ata judicial. E o Brasil todo está com os olhos grudados nessa batalha de gigantes – onde cada vírgula pode mudar o rumo das coisas.