
O que acontece quando um ídolo do futebol revela-se um monstro? A pergunta ecoa pelos corredores do tribunal de Pernambuco nesta quinta-feira. Um ex-goleiro do Sport – aquele mesmo da campanha histórica de 1987 – acabou de ser sentenciado a mais de duas décadas de prisão.
Não é sobre faltas ou pênaltis. A arena agora é a Justiça, e o jogo virou pesadelo. Dois processos, duas vítimas menores de idade, crimes que enojam qualquer ser humano decente.
A queda de um herói
Parece que a fama não basta para alguns. O cara que um dia defendeu o gol rubro-negro agora enfrenta as grades. Vinte e quatro anos e seis meses. É tempo pra caramba, mas será suficiente para apagar o estrago?
Os crimes? Estupro de vulnerável. Criança e adolescente. A lei é clara e dura – e dessa vez, funcionou. A sentença saiu na 1ª Vara de Crimes contra Criança e Adolescente do Recife. E olha, não foi nada branda.
O peso da sentença
- Primeiro processo: 13 anos de reclusão inicial
- Segundo processo: Penas somadas chegam a 24 anos e meio
- Regime: Inicialmente fechado, obviamente
Detalhe sinistro: os crimes são de 2021. Quatro anos se passaram até o veredito final. Quatro anos de angústia para as vítimas.
O Ministério Público não deixou barato. Acionou o artigo 217-A do Código Penal – aquele que trata especificamente de estupro contra menores de 14 anos. A defesa tentou, mas a Justiça foi implacável.
E agora? O defensor já anunciou recurso. Quer tentar reverter ou pelo menos reduzir a pena. Mas, convenhamos, diante de crimes tão repugnantes, a sociedade torce mesmo é para que a sentença se mantenha.
O Sport, por sua vez, deve estar se revirando. Ter um ex-jogador condenado por crimes sexuais mancha não só a imagem do indivíduo, mas de toda uma história. O clube ainda não se pronunciou – e é compreensível a hesitação.
Restam perguntas que doem: quantos ídolos escondem abismos? Até quando a fama servirá de escudo? Hoje, a Justiça deu uma resposta. Incompleta, como sempre, mas ainda assim um alívio.
Para as vítimas, o trauma não some com sentenças. Mas pelo menos há um recado: ninguém está acima da lei. Nem mesmo quem um dia foi herói.