
E então, mais um capítulo dessa novela que já parece interminável. O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Justiça Eleitoral, não ficou em cima do muro. Pelo contrário. Ele botou a cara a tapa e votou a favor da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no TSE.
O placar, por enquanto, está assim: 2 a 0. Dois votos pela condenação, zero pela absolvição. E olha, isso não é pouca coisa. O processo é aquele que discute a suposta abusividade na reunião com embaixadores, lembra? Aquela que rolou no ano passado e foi televisionada para todo mundo ver.
O que está em jogo?
Peraí, vamos com calma. Se condenado, Bolsonaro pode ficar de fora das eleições pelos próximos oito anos. Oito anos! É tempo pra caramba. Basicamente, é uma chave que tranca a porta da disputa eleitoral para ele até 2030. E isso, meus amigos, muda completamente o tabuleiro político do país.
O voto do Dino foi contundente. Ele não usou meias-palavras. Disse que o ex-presidente claramente abusou do poder político na tal reunião, espalhando informações que já sabia serem falsas sobre o sistema eleitoral. Uma tentativa de, nas entrelinhas, sem declarar golpe, semear a desconfiança.
E os outros ministros?
Bem, o relator, Benedito Gonçalves, já havia votado pela condenação na semana passada. Agora, foi a vez do Dino. Faltam ainda os votos de outros cinco ministros. A coisa tá longe de terminar, e nessa toada, o julgamento deve se arrastar por mais algumas sessões. A próxima está marcada para a terça-feira que vem.
O que me deixa pensativo é o timing de tudo isso. O Brasil parece viver num eterno déjà vu de crises políticas. E a gente, cidadão comum, fica assistindo a tudo como se fosse um jogo de xadrez com peças muito, muito caras.
O caso específico é sobre a reunião de julho do ano passado. Na ocasião, Bolsonaro, ainda presidente, reuniu embaixadores e apresentou uma série de alegações — já amplamente refutadas — contra a confiabilidade das urnas eletrônicas. Para a maioria dos juristas, foi um uso indevido da máquina pública e do seu cargo. Um ataque direto à institucionalidade democrática.
Agora, o TSE decide se isso foi mesmo um crime eleitoral grave o suficiente para cassar o seu direito de se eleger. E a opinião pública? Bem, essa já está mais dividida que ever.