Bolsonaro lidera motociata em Brasília e reúne multidão de apoiadores
Bolsonaro lidera motociata com apoiadores em Brasília

Numa cena que parecia saída de um filme de estrada — só que com muito mais bandeiras do Brasil —, Jair Bolsonaro cortou o céu azul de Brasília ao lado de uma verdadeira maré de motociclistas. O ex-presidente, que nunca perdeu o jeito de quem gosta de uma adrenalina, liderou pessoalmente o cortejo que tomou as principais vias da capital federal neste domingo ensolarado.

Não era só barulho de escapamento. O evento, que começou cedo — porque brasileiro adora um programa matinal —, rapidamente virou um misto de comício sobre rodas e encontro de fãs. Quem passava por ali via de tudo: desde senhoras de cabelos grisalhos acenando com entusiasmo até crianças empoleiradas nos ombros dos pais para ver o "mito" passar.

"É como se fosse um carnaval político"

Um dos participantes, o motoboy Carlos Alberto, 42, resumiu bem: "Aqui não tem esquerda ou direita, tem gente que ama esse país". Claro que a frase soa bonita, mas todo mundo sabe que o evento tinha um cheirinho — ou melhor, um ronco — de campanha velada. Bolsonaro, aliás, parecia estar no seu elemento, sorrindo e cumprimentando a galera como se estivesse naquele churrasco de domingo que nunca acaba.

Do Eixo Monumental à Esplanada, o que se viu foi um desfile de patriotismo — do tipo que arrepia uns e deixa outros com a pulga atrás da orelha. Teve até quem levasse cartazes com os dizeres "Volta, capitão!", numa clara referência aos rumores sobre um possível retorno à cena política.

Segurança e organização

A Polícia Militar — aquela mesma que sempre fica de olho em aglomerações — acompanhou tudo de perto, mas sem necessidade de intervenções. Até porque, convenhamos, motoqueiro bolsonarista já virou personagem típico da paisagem brasiliense nos últimos anos.

O que chama atenção é como esses eventos, que pareciam ter perdido força, voltaram com tudo. Será sinal de que o "bolsonarismo sem Bolsonaro" não decolou como alguns previam? Difícil dizer, mas uma coisa é certa: enquanto tiver gasolina e bandeira verde-amarela, essa turma não vai parar tão cedo.

No final, sobrou até um gostinho de "quem viver, verá" no ar. Afinal, em política — assim como no trânsito —, as curvas mais fechadas sempre aparecem quando a gente menos espera.