
Não é todo dia que se vê um ex-presidente desfilando de moto sob o olhar atento da Justiça. Mas, como dizem por aí, "quem não é visto não é lembrado". E Jair Bolsonaro, mesmo com as cordas judiciais apertadas, decidiu marcar presença em uma motociata organizada por aliados neste domingo (29) em Brasília.
O cenário? Uma mistura de adrenalina, política e um toque de provocação. Centenas de apoiadores — muitos vestindo as já famosas camisas amarelas — lotaram as ruas da capital federal, transformando o asfalto em um palco de demonstrações de apoio. E no centro disso tudo, Bolsonaro, sorridente, cumprimentando a galera como se não houvesse amanhã.
E as medidas cautelares?
Ah, sim, aquelas coisinhas chatas que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) impôs. Pois é, o ex-mandatário está proibido de se comunicar com outras pessoas investigadas nos casos que envolvem supostos ataques às instituições democráticas. Mas, segundo fontes próximas, ele "apenas participou" do evento, sem discursos ou declarações formais. Conveniente, não?
Os organizadores garantiram que tudo estava dentro da lei — ou pelo menos naquela zona cinzenta que políticos adoram explorar. "Foi um ato pacífico, um momento de confraternização", disse um dos coordenadores, evitando falar no termo "manifestação política".
Reações divididas
Enquanto os bolsonaristas comemoravam como se fosse carnaval fora de época, críticos não perderam tempo. Nas redes sociais, a polarização ficou mais evidente que mancha de ketchup em camisa branca:
- "Isso é um afronta à Justiça!" — escreveu um usuário
- "Finalmente um líder que não foge do povo" — rebateu outro
- "Cadê a ação do TSE?" — questionou um terceiro
Juristas ouvidos pela reportagem divergem. Alguns acham que houve uma "interpretação criativa" das restrições; outros garantem que não houve violação clara. Como sempre no Brasil, cada qual puxa a brasa para sua sardinha.
Uma coisa é certa: enquanto a poeira não baixa nos tribunais, a cena política brasileira continua mais movimentada que calçadão de praia em feriado prolongado. E Brasília? Bem, a capital já está acostumada a ser o palco desses espetáculos — alguns diriam que até gosta.