
Numa tacada que mistura ironia e indignação, Eduardo Bolsonaro — aquele mesmo que não costuma ficar calado — soltou o verbo sobre a viagem de um grupo de senadores rumo aos Estados Unidos. O motivo? Discutir tarifas de importação, um tema que, segundo ele, poderia ser resolvido com uma videochamada e um café forte.
"Isso aí é turismo com verniz de trabalho", disparou o deputado, sem papas na língua. Ele questionou o custo da empreitada para os cofres públicos, especialmente em um momento onde "cada centavo deveria ser contado".
O que está em jogo?
Os senadores, claro, defendem a iniciativa. Alegam que conversas cara a cara — com direito a aperto de mãos e olho no olho — teriam um peso diplomático que Zoom nenhum consegue replicar. Mas será mesmo? Eduardo não compra essa narrativa.
- Custo-benefício: "Quanto vai sair essa excursão? E o retorno?", provoca.
- Timing: "Temos crises urgentes aqui, e vão discutir o que? Algo que o Itamaraty poderia resolver."
- Simbolismo: "Passa a impressão errada. Parece que é só mais uma viagem às custas do contribuinte."
Curiosamente, a comitiva inclui nomes de diferentes partidos — uma raridade nos tempos atuais de polarização. Seria um sinal de união em prol do comércio exterior? Ou apenas coincidência de agendas? Difícil dizer.
E os EUA nessa história?
Do outro lado do hemisfério, a recepção pode ser... morna. Afinal, os americanos estão mais preocupados com suas eleições do que com tarifas de frango brasileiro. "Eles vão receber nossos senadores com sorriso político e promessas vagas", prevê um analista que preferiu não se identificar.
No fim das contas, o debate vai além das tarifas. É sobre o jeito que a política brasileira gasta seu tempo — e nosso dinheiro. Como diria o popular: "Tá difícil de engolir".