Bandeira dos EUA Gigante na Paulista: Ato Bolsonarista Vira Alvo de Críticas e Polêmica
Bandeira EUA gigante na Paulista gera polêmica política

Numa cena que mais parecia saída de um filme hollywoodiano do que de um protesto político convencional, a Avenida Paulista testemunhou algo extraordinário neste domingo. Uma multidão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro desenrolou uma bandeira americana tão grande que parecia desafiar as leis da física – e, para muitos, o próprio senso comum.

Não era qualquer bandeirinha de plástico comprada na 25 de Março. Estamos falando de um colosso de tecido que se estendia por boa parte do asfalto, transformando o cartão-postal paulistano numa espécie de território norte-americano temporário. As estrelas e listras dominavam a paisagem de forma quase surreal.

O Espetáculo Visual e as Reações Imediatas

Quem passava por lá nem acreditava no que via. Turistas paravam para fotografar, alguns com entusiasmo, outros com expressões de completo espanto. Um motoboy que preferiu não se identificar resumiu a cena com uma pergunta retórica: "Mas cadê a bandeira do Brasil, meu parceiro? Tá escondida debaixo dessa?"

Os organizadores do evento – porque era claramente um evento organizado, não espontâneo – justificavam a escolha como um símbolo de "liberdade e democracia". Curiosa escolha de símbolos, considerando que estamos no Brasil, não nos Estados Unidos. Mas quem sou eu para questionar a teatralidade política?

As Ramificações Políticas

O episódio, previsivelmente, detonou uma tempestade nas redes sociais antes mesmo que a bandeira fosse completamente desenrolada. De um lado, os entusiastas da performance comemoravam como se fosse 4 de julho. Do outro, críticos questionavam o que exatamente estava sendo celebrado: a democracia brasileira ou a influência estrangeira em nosso cenário político?

Especialistas em ciência política ouvidos por veículos de imprensa destacaram o timing peculiar do evento. Num momento em que as relações Brasil-EUA passam por reavaliações delicadas, a encenação assume contornos quase diplomáticos – ainda que não-oficiais, claro.

O Simbolismo que Divide

Há quem veja na gigantesca bandeira um mero ato de provocação. Outros interpretam como uma declaração de alinhamento ideológico que transcende fronteiras. E tem aqueles que simplesmente acham que foi uma tentativa desesperada de chamar atenção em meio a tantos protestos que acontecem semanalmente na Paulista.

O fato é que o simbolismo pesado não passou despercebido. Nem pelos apoiadores, nem pelos opositores, e muito menos pela imprensa internacional que começou a repercutir o caso como mais um capítulo peculiar da política latino-americana.

E Agora?

Enquanto a bandeira era recolhida – porque tudo que sobe, desce – ficava no ar a pergunta: qual será o próximo ato nesse teatro político a céu aberto? Só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: a Paulista continua sendo o palco preferido para essas performances que misturam patriotismo, protesto e, às vezes, uma pitada de confusão.

Resta saber se a população em geral absorve essas encenações como expressão política legítima ou como mero espetáculo midiático. No Brasil de hoje, a linha entre os dois parece cada vez mais tênue.