
Parece até maldição, mas é a pura realidade: no Tocantins, a cadeira do governador esquenta de um jeito que ninguém aguenta ficar nela por muito tempo. Sério, faz mais de uma década que esse estado não vê um chefe do Executivo completar tranquilamente os quatro anos de mandato. É afastamento, é renúncia, é impeachment… uma verdadeira ciranda política que não acaba mais.
O último que conseguiu essa proeza? Carlos Gaguim, lá em 2015. Desde então, o que se vê é um vai e vem desconcertante no Palácio Araguaia. A situação é tão fora do normal que chega a ser tema de conversa de boteco. O povo já nem se surpreende mais.
Uma sucessão interminável de crises
Mauro Carlesse (DEM) assumiu em 2018 depois que Marcelo Miranda (MDB) foi afastado pelo Tribunal de Justiça. Mas a alegria durou pouco. Em 2020, ele mesmo foi alvo de um impeachment por supostas irregularidades em contratos durante a pandemia. Aquele período negro, lembra? Pois é, a crise sanitária virou pano de fundo para mais um capítulo dessa novela.
Quem entrou no lugar foi Wanderlei Barbosa (Republicanos), que ficou no cargo até o final de 2022. Ele tentou trazer uma certa normalidade, mas a sombra da instabilidade já era longa demais.
E a dança das cadeiras continua…
Na eleição seguinte, em 2022, o povo escolheu Wanderlei Barbosa de novo, mas aí… surpresa! Ele renunciou em março de 2023, menos de três meses depois de empossado. Motivo? Para disputar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO). Sim, você leu certo.
Quem assumiu foi Dário Pires (Republicanos), o vice. Só que, claro, a paz durou pouco. Em dezembro de 2023, o Ministério Público Eleitoral (MPE) entrou com uma ação pedindo… adivinha? Impeachment. Dessa vez, por suposta compra de votos e abuso de poder político. O caso ainda está rolando, e ninguém sabe como vai terminar.
E as consequências? Ah, essas são reais
Enquanto a classe política fica nesse jogo de empurra-empurra, quem se ferra é o cidadão comum. Como um estado consegue se desenvolver, trazer investimentos, implementar políticas públicas sérias, se a liderança muda o tempo todo? É uma pergunta que não quer calar.
Esse clima de instabilidade permanente acaba com qualquer possibilidade de planejamento a médio e longo prazo. Projetos são iniciados e abandonados, promessas viram pó, e a população fica à deriva, refém de um sistema que parece girar em falso.
O Tocantins merece mais. Muito mais. O povo tocantinense, trabalhador e resiliente, precisa de uma liderança estável, que pense no futuro e não apenas na próxima jogada política. Até quando essa ciranda vai continuar? Só o tempo — e talvez o Tribunal de Justiça — dirão.