Justiça argentina derruba decreto de Milei que restringia greves: entenda o caso
Justiça argentina derruba decreto anti-greve de Milei

A Justiça da Argentina derrubou nesta segunda-feira (30) um polêmico decreto do presidente Javier Milei que limitava o direito à greve no país. A decisão, considerada histórica por sindicatos e especialistas em direito trabalhista, reforça a proteção aos direitos dos trabalhadores argentinos.

O que dizia o decreto de Milei?

O decreto presidencial, assinado em dezembro de 2024, estabelecia restrições severas ao exercício do direito à greve, incluindo:

  • Exigência de aviso prévio de 72 horas para qualquer paralização
  • Proibição de greves em serviços considerados essenciais
  • Limitação da duração das paralizações
  • Pesadas multas para sindicatos que descumprissem as regras

Argumentos da Justiça

O tribunal considerou que o decreto violava:

  1. Convenções internacionais ratificadas pela Argentina
  2. A Constituição Nacional
  3. Princípios básicos do direito trabalhista

"O direito de greve é um pilar fundamental da democracia trabalhista", afirmou um dos juízes na decisão.

Reações à decisão

A Central Geral dos Trabalhadores (CGT), principal entidade sindical do país, comemorou a vitória judicial. "É uma derrota para o autoritarismo e uma vitória para a classe trabalhadora", declarou o secretário-geral da entidade.

Já o governo Milei afirmou que recorrerá da decisão, classificando-a como "um obstáculo às reformas necessárias para modernizar o país".

Próximos passos

Com a decisão judicial:

  • Todas as restrições impostas pelo decreto estão suspensas
  • Sindicatos voltam a ter plena liberdade para convocar greves
  • O governo tem 10 dias para apresentar recurso

Analistas políticos avaliam que este é mais um capítulo no tenso embate entre Milei e os movimentos sindicais na Argentina.