
O clima no Supremo Tribunal Federal estava pesado, pra dizer o mínimo. Enquanto lá fora o Brasil seguia seu ritmo normal, dentro da corte o advogado de Walter Braga Netto travava uma batalha jurídica daquelas que ficam na história.
Nesta quarta-feira, a defesa do ex-ministro da Defesa apresentou suas alegações finais — e que alegações! O tom era firme, quase desafiador, como quem joga luvas no tribunal.
O cerne da questão
O que está em jogo aqui é nada menos que a suposta participação de Braga Netto naquela trama golpista que abalou o país. Sério mesmo, aquela história toda de reuniões ministeriais e supostos planos anticonstitucionais.
O advogado de defesa, segurando os papéis como quem segura um tesouro, foi direto ao ponto: "Não há provas concretas", afirmou, com uma convicção que fez alguns presentes arregalarem os olhos. "Tudo se baseia em suposições e interpretações enviesadas".
Os argumentos da defesa
- Falta de evidências diretas vinculando Braga Netto a qualquer plano antidemocrático
- Questionamento da validade jurídica das supostas "provas" apresentadas pelo Ministério Público
- Alegação de que as reuniões ministeriais eram "rotina administrativa" e não "conspiração"
- Argumentação sobre supostos "excessos interpretativos" por parte da acusação
Não vou mentir: a petição da defesa é um verdadeiro tour de force jurídico. Eles basicamente dissecaram cada ponto da acusação com uma precisão cirúrgica — daquelas que fazem até os mais céticos coçarem o queixo.
Um dos momentos mais impactantes? Quando o advogado questionou o que ele chamou de "narrativa fabricada" pela acusação. "Estão tentando criminalizar o exercício legítimo de funções ministeriais", argumentou, com a voz levemente alterada pela indignação.
O contexto maior
Enquanto isso, nos corredores do STF, o burburinho era geral. Todo mundo sabe que este julgamento vai muito além de Braga Netto — é sobre como o país lida com tentativas (reais ou supostas) de desestabilização democrática.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, ouviu tudo com aquela expressão inscrutável que só ele sabe fazer. Dá pra sentir a tensão no ar — cada palavra pesa como chumbo nesse tipo de processo.
E olha, não é exagero dizer que a defesa jogou pesado. Eles não só pediram a absolvição pura e simples, como questionaram a própria fundamentação do processo. Ousadia? Estratégia? Só o tempo — e os ministros — dirão.
O que me deixa pensando é: num país ainda se recuperando de feridas políticas recentes, como o judiciário vai equilibrar a necessidade de justiça com os direitos de defesa? Pergunta de milhões, essa.
O julgamento segue — e o Brasil, de olho. Como sempre.