
O clima em Brasília está mais tenso do que um fio esticado. E a defesa de Jair Bolsonaro soltou um verbo contundente, um verdadeiro rojão, em resposta ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A réplica foi tão incisiva que mal deixou espaço para meias palavras.
Os advogados do ex-presidente, liderados pelo experiente criminalista Paulo Amador da Cunha Bueno, simplesmente desmontaram a tese de um suposto "plano de fuga". Eles afirmam, com a convicção de quem tem a lei ao seu lado, que a alegação não passa de uma ficção jurídica, uma narrativa construída sem qualquer lastro na realidade dos fatos. Plano de fuga? Zero. Nada. Nada mesmo.
O Cerne da Controvérsia
O imbróglio todo começou quando Moraes, em uma de suas decisões, mencionou a possibilidade de Bolsonaro tentar burlar a Justiça. A defesa, no entanto, foi taxativa: não há, nem nunca houve, qualquer intenção de descumprir as medidas impostas. Pelo contrário. Eles frisaram, até cansar, que o ex-mandatário tem cooperado integralmente com todos os requisitos legais, por mais incômodos que possam ser.
"A simples sugestão de descaso com as obrigações judiciais é, no mínimo, uma distração grave", disparou um dos integrantes da equipe jurídica, em um tom que misturava indignação e incredulidade. Parece até exagero, mas a irritação deles é palpável.
E Afinal, o que Diz a Defesa?
- Negativa Total: A ideia de um plano de fuga é categoricamente rejeitada, tratada como fruto de imaginação fértil ou má-fé.
- Cumprimento das Regras: Enfatizam que todas as medidas cautelares estão sendo seguidas à risca, com um compromisso que beira o escrupuloso.
- Ataque à Fundamentação: A defesa questiona a base factual usada por Moraes, sugerindo uma certa… como dizer… leveza na interpretação das evidências.
O documento protocolado é um verdadeiro balde de água fria nas suspeitas. Eles argumentam que, sem provas concretas, insinuar uma fuga é não apenas prematuro, mas potencialmente danoso à imagem e aos direitos do ex-presidente. É um jogo perigoso, que mistura política e justiça de uma maneira que deixa todo mundo com os nervos à flor da pele.
E não para por aí. A linguagem usada no contra-ataque jurídico é forte, quase um soco na mesa. Eles acusam o ministro de ultrapassar os limites de sua função, de criar um clima de perseguição que mais atrapalha do que ajuda a encontrar a verdade. É um embate de titãs, cada um puxando a corda para o seu lado.
O que isso significa para o futuro do caso? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o processo judicial que já era complexo ganhou mais uma camada de dramaticidade. O Brasil inteiro fica de olho, esperando o próximo movimento neste xadrez de alto escalão. E, convenhamos, ninguém arrisca um palpite sobre como essa novela vai terminar.