
O coração de São Paulo bateu mais forte neste domingo, e não foi só por causa do tradicional comércio. A Praça da Sé, aquele espaço histórico que já viu de tudo, foi tomada por uma multidão que a Globo News e a Folha estimaram em cerca de 88 mil almas. Uma galera de todos os cantos, cores e idades, unida por uma bandeira só: a defesa intransigente da democracia.
O clima? Era de festa sim, mas daquelas sérias, sabe? Com aquele misto de esperança e indignação que só causas importantes conseguem provocar. As palavras de ordem ecoavam pelos prédios seculares do centro, criando uma sinfonia de resistência. "Não vai ter anistia para golpista!", gritava a massa, num coro que parecia não ter fim.
Um Palco de Vozes Diversas
Lá na frente, o palco era uma torre de Babel da esquerda. Líderes sindicais, com aquela voz rouca de quem sempre gritou por direitos, dividiam o microfone com políticos de vários partidos. Apesar das diferenças que todo mundo sabe que existem, falavam todos a mesma língua naquele momento. A mensagem era cristalina como água de rio: não dá pra passar a mão na cabeça de quem tentou quebrar a nossa jovem democracia.
E não era só discurso inflamado não. Havia um plano por trás daquela energia toda. Os organizadores deixaram claro que aquele protesto monumental era só o primeiro passo. A ideia é pressionar mesmo, fazer um cerco democrático para que certas coisas simplesmente não passem no Congresso. É como se a sociedade civil estivesse dizendo: "Olha, a gente está de olho".
Mais que Números, um Símbolo
Oitenta e oito mil. É um número que impressiona, mas que sozinho não conta toda a história. O que realmente marcou foi a diversidade daquela gente toda. Tinha o operário de capacete do lado do professor com livro embaixo do braço. A mãe com filho no colo ao lado de estudantes com faixas pintadas à mão. Uma mistura rara que só acontece quando o assunto é realmente crucial para o futuro do país.
E no meio de tudo isso, uma certeza: São Paulo, aquela cidade que muitos dizem ser fria e corrida, mostrou mais uma vez que tem braço e voz para lutar pelo que acredita. A Praça da Sé, de novo, entrou para a história. Não como um ponto turístico qualquer, mas como o palco onde a democracia brasileira deu mais um show de vitalidade.
O recado que ficou? Simples e direto: a sociedade não vai ficar quieta. E quando ela resolve falar, é melhor todo mundo parar para ouvir.