A recém-lançada biografia de Roberto Marinho, fundador da Rede Globo, traz à tona detalhes inéditos sobre o envolvimento da emissora durante o período da ditadura militar no Brasil. O livro, baseado em documentos e depoimentos, revela como o magnata da comunicação equilibrou negócios e política em um dos momentos mais conturbados do país.
O poder por trás das câmeras
Segundo a obra, Roberto Marinho mantinha relações estreitas com figuras-chave do regime, garantindo benefícios para a Globo enquanto o país vivia sob censura e repressão. A biografia mostra como a emissora se tornou um dos pilares da comunicação nacional, muitas vezes alinhada aos interesses do governo militar.
Conflitos e contradições
Entre os momentos mais polêmicos revelados está a cobertura manipulada das Diretas Já, quando a Globo teria minimizado a dimensão dos protestos. O livro também aborda a complexa relação entre Marinho e os generais, oscilando entre colaboração e resistência sutil.
Legado em debate
A publicação reacende o debate sobre o papel da mídia durante a ditadura, questionando até que ponto o crescimento da Globo foi favorecido por seu alinhamento com o regime. Historiadores entrevistados para a biografia apresentam visões divergentes sobre as motivações de Roberto Marinho.
O livro chega às livrarias em um momento de revisão histórica no Brasil, quando cada vez mais documentos sobre o período militar vêm à tona. A obra promete transformar a maneira como entendemos a história da televisão brasileira e seu entrelaçamento com o poder político.
