
Eis que o Brasil se vê mais uma vez diante de um daqueles temas que dividem mesas de bar e almoços de família: a tal da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Datafolha, sempre a postos com seu termômetro social, foi a campo e trouxe números que, convenhamos, não são nada simples de digerir.
Querem mesmo saber? 50% dos brasileiros são contra qualquer tipo de perdão. Meio a meio, quase uma fotografia perfeita de um país que parece viver em realidades paralelas. Os outros 46%? Bem, esses acham que a anistia deveria rolar – sendo que 24% defendem a ideia com unhas e dentes e 22% apoiariam, mas com ressalvas.
E tem mais: 4% dos entrevistados, aquela turma que sempre existe, simplesmente não souberam ou não quiseram responder. Quem nunca, né?
Onde a coisa esquenta mais
Se a gente for fuçar um pouco os dados, a divisão fica ainda mais evidente. No Norte e no Centro-Oeste, o apoio à anistia ganha força, um reflexo não tão surpreendente das bases eleitorais do ex-presidente. Agora, dê uma olhada no Nordeste: o não é gritante, com 61% rejeitando a proposta categoricamente.
E não para por aí. A renda e a escolaridade também contam uma história própria. Quem tem mais estudo e ganha melhor tende a ser mais crítico, mais resistente à ideia de passar a borracha. Já nas faixas de menor renda e escolaridade, o apoio encontra um terreno um pouco mais fértil. Complexo, para dizer o mínimo.
E o que isso significa no fim das contas?
Olha, não é só uma questão de números num gráfico. Essa divisão quase matemática, esse empate técnico, é o retrato de uma nação que ainda está tentando aprender a conversar consigo mesma depois de tantos anos de tensão política. Fala sério, a gente já viu esse filme antes.
Essa discussão sobre anistia não vai para debaixo do tapete tão cedo. Ela mexe com feridas abertas, com conceitos de justiça e, claro, com o futuro político do país. É daquelas pautas que viram uma bola de neve, arrastando tudo para seu caminho.
Uma coisa é certa: o debate está longe do fim. Enquanto isso, o Brasil segue seu curso, dividido entre o ".sim" e o "não", entre o perdão e a responsabilidade. E você, de que lado fica?