O clima nas negociações entre Rússia e Ucrânia continua mais gelado que um inverno em Moscou. Nesta quarta (23), representantes dos dois países se encontraram — de novo — para tentar destravar o impasse que já dura anos. Mas, pelo jeito, ninguém botaria dinheiro num acordo tão cedo.
"Não espere milagres", soltou um porta-voz do Kremlin, com aquele jeito russo de cortar expectativas. E não é que ele tinha razão? As conversas, que rolaram num local não divulgado (segurança, né?), mal arranharam a superfície dos problemas.
O que está em jogo?
De um lado, a Ucrânia insiste naquilo que todo mundo já sabe: quer de volta os territórios ocupados. Do outro, a Rússia — que nem disfarça — continua com aquela velha história de "medidas de segurança". Alguém aí já viu esse filme antes?
Os detalhes são poucos — e quando o assunto é guerra, pouca informação às vezes é boa informação. Mas fontes próximas ao processo dão a entender que:
- Troca de prisioneiros? Até que avançou um pouquinho
- Corredores humanitários? Quase um acordo
- Fim das hostilidades? Aí já é pedir demais
Não dá pra ignorar o elefante na sala: enquanto isso, os tanques continuam rugindo na fronteira. "Diplomacia é como dirigir na contramão", comentou um analista que prefere não se identificar. "Quanto mais devagar, melhor."
E o resto do mundo?
Os EUA e a UE estão nessa dança como espectadores ansiosos — fazendo cara de pais em reunião de escola. Todo mundo torce pro conflito acabar, mas ninguém quer meter o bedelho demais. Afinal, com Rússia não se brinca.
O que me lembra: tem gente que acha que guerra é como partida de xadrez. Só que neste tabuleiro, as peças são vidas humanas. E o xeque-mate? Bem, esse parece estar longe ainda.
