
Mais um dia de tensão extrema na Faixa de Gaza. E desta vez, o estrondo foi literal. As forças de defesa israelenses — ou IDF, como são conhecidas internacionalmente — realizaram nesta quinta-feira aquilo que classificam como uma "ação direcionada": a demolição completa de um prédio de treze andares no coração da Cidade de Gaza.
Segundo fontes militares israelenses, a estrutura não era apenas mais um edifício qualquer. Alegam que ali funcionava um centro de comando da Hamas, uma espécie de quartel-general clandestino para operações de inteligência e coordenação de ataques. A justificativa? Inteligência prévia que apontava o local como uma ameaça iminente à segurança.
Do outro lado, a narrativa é bem diferente. Moradores locais e fontes palestinas descrevem a cena com uma palavra: devastação. Contam que o barulho da implosão foi ensurdecedor, seguido por uma nuvem de poeira que encobriu parte do bairro. E o pior — afirmam que o local abrigava, sim, escritórios comerciais e até algumas residências. Será que civis pagaram o preço? A pergunta fica no ar, ecoando a complexidade brutal de um conflito que não dá sinais de trégua.
Não é a primeira vez, e provavelmente não será a última
Quem acompanha o noticiário internacional já está, infelizmente, familiarizado com esse tipo de operação. Desde maio do ano passado, Israel adotou uma postura ainda mais agressiva em resposta aos ataques terroristas que chocaram o mundo. E demolir prédios suspeitos virou quase uma tática padrão — controversa, diga-se de passagem.
Mas é aí que a coisa fica cinzenta. Do ponto de vista do direito internacional, ações desse tipo são frequentemente questionadas. Especialistas em conflitos armados já levantaram a bola: será que o dano causado é proporcional à ameaça? Será que não havia alternativas? Perguntas difíceis, respostas ainda mais complicadas.
E o que dizem os envolvidos?
O exército israelense, é claro, defende a ação com unhas e dentes. Em comunicado oficial, disseram que avisaram os ocupantes do prédio antes do ataque — um protocolo que seguem para, em tese, reduzir baixas civis. Mas será que avisos são suficientes quando se trata de desalojar pessoas de suas casas ou negócios? A realidade no terreno parece gritar que não.
Já o Ministério da Saúde de Gaza — administrado pela Hamas — ainda não divulgou números oficiais de feridos ou mortos. O silêncio é quase tão alarmante quanto o estrondo da explosão.
Enquanto isso, a comunidade internacional assiste a tudo com uma mistura de preocupação e impotência. A ONU já pediu calma e moderação de ambos os lados… de novo. Mas é como enxugar gelo. O ciclo de violência parece interminável, e cada operação militar só joga mais lenha numa fogueira que já está fora de controle.
Uma coisa é certa: enquanto não houver um diálogo real — do tipo que dói, que exige concessões —, cenas como essa vão continuar se repetindo. E a população civil, ah, a população civil sempre acaba no meio do fogo cruzado.