Ataque russo na Ucrânia deixa três mortos: autoridades denunciam violação de cessar-fogo
Ataque russo na Ucrânia mata três civis

Não bastasse o cansaço de quase dois anos de guerra, a Ucrânia acordou nesta sexta-feira (26) com mais sangue nas ruas. Um ataque russo — desses que já viraram rotina cruel — deixou três civis mortos numa pequena cidade do leste do país. As autoridades locais, com aquela voz entre o luto e a revolta, confirmaram: eram dois homens e uma mulher, pegos de surpresa enquanto reconstruíam o que a guerra já lhes havia levado antes.

Segundo o governador da região, as explosões atingiram um bairro residencial por volta das 9h da manhã (horário local). "Eram casas simples, gente comum tentando sobreviver", desabafou um voluntário do serviço de emergência, enquanto revirava escombros em busca de sobreviventes. Os hospitais da região, já operando no limite, receberam ainda cinco feridos — dois em estado grave.

O que se sabe até agora

  • Local: Vila de Novoselydivka, região de Donetsk — área que virou símbolo da resistência ucraniana
  • Armamento: Mísseis de curto alcance, segundo análise preliminar
  • Danos colaterais: Escola municipal e rede elétrica destruídas

O Ministério da Defesa ucraniano foi direto ao ponto: "Mais uma violação grosseira do direito internacional". Já do lado russo, o silêncio pesa — como de costume quando alvos civis são atingidos. Um porta-voz do Kremlin, questionado sobre o caso, limitou-se a dizer que "as forças armadas russas atuam apenas contra alvos militares". Difícil acreditar, vendo as imagens de cadeiras escolares cobertas de poeira e sangue.

Contexto que dói

Desde que a ofensiva russa começou, em fevereiro de 2022, a ONU já contabilizou mais de 9.000 civis mortos. E olhe que esses são só os casos documentados — a realidade, sabemos bem, é sempre pior que as estatísticas. Enquanto isso, nas capitais europeias, discute-se o envio de mais tanques. Enquanto isso, em Novoselydivka, três famílias choram seus mortos.

Não é só mais um número. É a Daria, professora de 42 anos que dava aulas na escola destruída. É o Oleksandr, aposentado que sobreviveu à Segunda Guerra Mundial mas não à invasão de 2024. É o Mykhailo, jovem agricultor que insistiu em ficar para cuidar dos campos da família. Três histórias interrompidas por um conflito que teima em não acabar.