
O cenário não é nada animador para os frigoríficos brasileiros. Em apenas três meses, entre abril e junho de 2025, as exportações de carne bovina para os Estados Unidos despencaram assustadores 80%. Os números, que beiram o catastrófico, foram divulgados pelo Ministério da Agricultura e deixaram o setor em estado de alerta máximo.
Quem diria que, depois de anos liderando as exportações mundiais, o Brasil enfrentaria uma queda tão vertiginosa? Os motivos, segundo analistas, são uma verdadeira salada de fatores — e nenhum deles é exatamente uma surpresa.
O que está por trás dessa crise?
Primeiro, aquele velho fantasma que insiste em assombrar nosso agronegócio: barreiras sanitárias. Os americanos, sempre rigorosos, impuseram novas exigências que complicaram a vida dos exportadores. Alguns chegam a dizer, entre um café e outro, que há um claro protecionismo disfarçado de preocupação com a saúde.
Mas não é só isso. A concorrência acirrada de outros países — olá, Austrália! — e a valorização do real nos últimos meses também deram sua contribuição para esse verdadeiro nó na garganta do setor.
Efeitos em cadeia
O impacto já começa a ser sentido:
- Frigoríficos reduzindo turnos de trabalho
- Produtores rurais segurando o gado no pasto (e o choro no peito)
- Previsões de queda nos preços internos — o que, em tese, poderia ser bom para o consumidor, mas...
Ah, sempre tem um "mas". Com menos dólares entrando, o setor já fala em redução de investimentos e até em possíveis demissões. A conta, como sempre, parece que vai sobrar para o trabalhador.
Enquanto isso, em Washington, o silêncio é ensurdecedor. Será que essa queda livre nas exportações é apenas uma fase passageira ou o início de uma nova era nas relações comerciais entre os dois países? A resposta, infelizmente, ainda está matutando nos gabinetes climatizados da burocracia internacional.