
O Brasil está com a faca e o queijo na mão quando o assunto é café nos Estados Unidos — mas a conta pode não fechar tão cedo. Enquanto nossos grãos respondem por um terço de todo o café consumido pelos americanos, as tarifas de importação ameaçam virar o jogo contra os produtores nacionais.
Não é exagero dizer que o café brasileiro dá água na boca do mercado internacional. Só no primeiro semestre deste ano, os EUA importaram mais de 20 milhões de sacas — e olha que os caras nem são os maiores consumidores per capita! (Os nórdicos que o digam...)
O preço do sucesso
Mas nem tudo são flores — ou melhor, grãos aromáticos. O setor está com o pé atrás com possíveis aumentos nas barreiras comerciais. "É como se estivéssemos sendo punidos por sermos bons no que fazemos", desabafa um produtor de Minas Gerais que prefere não se identificar.
Curiosamente, enquanto o governo americano discute novas taxações, os consumidores de lá continuam fiéis ao nosso produto. "O café brasileiro tem relação custo-benefício imbatível", explica a analista de mercado Carla Mendonça. "Tirar isso das prateleiras seria um tiro no pé."
O que está em jogo?
- Mais de 300 mil empregos diretos no Brasil
- Estabilidade de preços no mercado internacional
- Possível migração para outros países produtores
E não pense que é só questão de dinheiro. O café brasileiro carrega séculos de tradição — desde os tempos em que os barões do café mandavam no país. Hoje, pequenos produtores mantêm viva essa cultura, muitas vezes com técnicas sustentáveis que impressionam até os críticos mais ferrenhos.
Enquanto isso, nos corredores do poder, a discussão esquenta. Será que os americanos vão mesmo colocar em risco seu próprio café da manhã? Só o tempo — e as próximas rodadas de negociação — dirão.