A Câmara dos Deputados está prestes a realizar uma aquisição que está gerando intenso debate nos corredores do poder. Um edital publicado recentemente revela a intenção de gastar até R$ 260 mil na construção de uma maquete física do Congresso Nacional.
O valor, considerado elevado por especialistas em gestão pública, será destinado à confecção de uma réplica detalhada do complexo do Congresso, incluindo o Palácio do Congresso Nacional, os anexos e seus arredores.
Detalhes do investimento
De acordo com a documentação oficial, a maquete deverá ter dimensões de 2,5 metros por 2 metros, construída em escala 1:500. O projeto especifica que a obra deve representar fielmente todos os edifícios, vias de acesso, estacionamentos e áreas verdes do complexo.
O edital estabelece ainda que a maquete deve ser "realizada com acabamento impecável" e construída com materiais de alta durabilidade, justificando o alto custo do projeto.
Contexto político delicado
A decisão ocorre em um momento particularmente sensível para a Câmara, que recentemente tem enfatizado agendas de modernização e eficiência. A presidência da Casa, comandada por Arthur Lira, defende que o investimento é necessário para "valorizar o patrimônio histórico e arquitetônico do Legislativo".
Entretanto, críticos questionam a necessidade de uma maquete física em plena era digital, quando tecnologias de realidade virtual e tours 3D online poderiam oferecer alternativas mais modernas e acessíveis por uma fração do custo.
Repercussão e questionamentos
Especialistas em administração pública levantam dúvidas sobre a prioridade deste gasto, considerando outras necessidades urgentes do Legislativo. O valor de R$ 260 mil poderia, por exemplo:
- Modernizar sistemas de tecnologia da informação
- Ampliar programas de acessibilidade
- Investir em capacitação de servidores
- Melhorar a transparência e acesso à informação
O caso reacende o debate sobre o uso de recursos públicos em itens considerados por muitos como supérfluos, especialmente em um país que enfrenta desafios em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura.
A expectativa é que o tema seja discutido nas próximas sessões plenárias, com possibilidade de pedidos de explicação formal sobre a necessidade e o custo-benefício do investimento.