Um incidente grave envolvendo acusações de racismo abalou o círculo próximo ao cantor Belo e pode ter consequências diretas no Carnaval carioca. A musa da Vila Isabel e atual namorada do artista, Rayane Figliuzzi, juntamente com sua amiga e assessora pessoal Nicole Fagundes, foram formalmente acusadas do crime de injúria racial pela profissional de Carnaval Juliana Palmer.
O episódio no jantar japonês
O caso teve início na sexta-feira, 5 de dezembro de 2025, durante um jantar em um restaurante japonês na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com o relato de Juliana Palmer à coluna GENTE, ela foi vítima de injúria racial, tendo sido supostamente chamada de "macaca". A discussão, segundo ela, começou de forma aparentemente simples.
Belo, que estava presente, sugeriu que Rayane Figliuzzi fizesse aulas de samba, uma recomendação que Juliana apoiou. Nicole Fagundes, no entanto, teria se irritado com o que considerou uma "intromissão" na vida da amiga, dando início a uma série de ofensas. Nicole, que nega veementemente a prática de qualquer conduta racista, se apresenta nas redes sociais como assessora pessoal de Rayane.
Relato da vítima e agressão física
Juliana Palmer descreveu o ocorrido com detalhes angustiantes. Além dos insultos raciais, ela afirma que houve também agressão física, quando uma bebida teria sido arremessada contra ela. Em um depoimento emocionado, a assessora expressou a dor e os desafios de buscar justiça.
"Além do constrangimento de ouvir insultos raciais, de ter meu trabalho diminuído e de sofrer uma agressão física... existe uma segunda violência: precisar enfrentar o sistema para provar a verdade", declarou Juliana.
Ela continuou, destacando a sensação de desequilíbrio na luta: "Sei que vou lutar praticamente sozinha, contra influência, fama, dinheiro e narrativas que tentam me silenciar. É dolorido, profundamente dolorido. Mas eu confio na justiça do meu país". A profissional finalizou seu relato com um tom de resiliência e fé, afirmando que a justiça não se faz no silêncio, mas na busca ativa por ela, e que seu desejo atual é encontrar paz para seguir em frente.
Repercussões no mundo do Carnaval
A polêmica tem um impacto potencial significativo no universo das escolas de samba. Rayane Figliuzzi corre o risco de perder seu posto de destaque na Vila Isabel. A situação é considerada especialmente delicada para a agremiação, que atualmente se prepara para o desfile de 2026 com um enredo profundamente ligado às raízes africanas.
A escola terá como tema "Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um Sambista Sonhou a África", uma homenagem ao compositor e pintor Heitor dos Prazeres. Um escândalo envolvendo acusações de racismo em seu próprio quadro de musas e personalidades é visto com extrema preocupação pela direção da escola.
Por outro lado, Juliana Palmer é uma profissional respeitada no meio carnavalesco, contando com o apoio de figuras influentes. Seu padrinho é Anísio Abraão David, patrono da Beija-Flor e uma das personalidades mais poderosas da Sapucaí. Esse respaldo deve ampliar a repercussão do caso dentro do ambiente do Carnaval, garantindo que as acusações não sejam ignoradas.
O caso segue em aberto, com expectativa de que os envolvidos busquem as vias jurídicas para resolver a disputa. Enquanto isso, o episódio serve como um alerta sobre os conflitos e as denúncias de discriminação que permeiam até mesmo os círculos mais glamourosos do entretenimento brasileiro.