
Numa tarde que começou como qualquer outra em Várzea Paulista, o silêncio foi quebrado por um estrondo seco. Um homem, ainda não identificado, foi atingido por um disparo de arma de fogo — a cena se desenrolou a poucos metros de um movimentado ponto de ônibus, onde passageiros aguardavam suas conduções.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu rápido demais para reagir. "Pareceu um rojão, mas aí vi o homem cair", contou uma senhora que preferiu não se identificar, enquanto ajustava os óculos com mãos trêmulas. O local, normalmente pacato, transformou-se num pandemônio instantâneo.
O socorro
O SAMU chegou em menos de 15 minutos — tempo recorde para a região. Paramedicos encontraram a vítima consciente, mas com sangramento abundante no abdômen. "Ele respirava com dificuldade, mas conseguia responder perguntas básicas", relatou um dos socorristas, cujo uniforme azul já manchava de vermelho.
Enquanto isso, a polícia isolava a área com aquela fita amarela que todo mundo conhece dos filmes, mas que ninguém quer ver na vida real. Os agentes colhiam depoimentos entre olhares desconfiados e ombros encolhidos. "Ninguém viu nada", virou o refrão mais repetido no local.
As hipóteses
O que teria motivado o ataque? Briga pessoal? Acerto de contas? Tentativa de assalto que deu errado? As especulações voavam mais rápido que os papagaios no céu da cidade. Um comerciante da região, que pediu para ser chamado apenas de "Seu Antônio", soltou: "Aqui tá virando terra sem lei, meu patrão".
Enquanto a Delegacia Seccional de Várzea Paulista abre investigação, moradores fazem coro: querem mais policiamento na região. "Cadê aquela promessa de rondas extras?", questiona uma jovem mãe, apertando a mão do filho pequeno com força desnecessária.
O hospital onde a vítima foi internada mantém sigilo sobre seu estado — protocolo padrão em casos assim. Resta esperar. E torcer para que desta vez, ao menos, a história não termine como tantas outras que enchem as páginas policiais.