
Era para ser um simples procedimento de beleza, algo tão comum nos dias de hoje. Mas terminou em tragédia. Uma mulher de 46 anos – vamos chamá-la de Maria, porque por trás de toda notícia há uma pessoa real – não resistiu às complicações de uma aplicação de hidrogel que deu errado. Muito errado.
O que mais corta o coração nessa história toda? O fato de que aconteceu num lugar totalmente clandestino, sem qualquer tipo de regulamentação ou cuidado mínimo com a saúde das pacientes. A tal aplicação aconteceu no último dia 6 de setembro, num consultório que de médico não tinha nada – localizado na Rua João Pessoa, 257, no Centro de Santos.
Uma sequência de erros fatais
Maria começou a passar mal ainda durante o procedimento. Imagina só: você está ali, confiando em quem deveria te cuidar, e seu corpo começa a dar sinais de que algo está muito errado. Ela foi levada às pressas para a UPA do Gonzaga, mas o pior já estava acontecendo.
Dias se passaram, sua saúde foi piorando – uma embolia pulmonar grave – até que na terça-feira (17), ela não resistiu. Deixou familiares, amigos, uma vida inteira pela frente. Tudo por causa de uma busca por beleza que terminou em tragédia.
O que dizem as autoridades
A Polícia Civil já abriu inquérito para investigar o caso, sabia? E olha que a coisa é séria: tão séria que o delegado Marcelo Aparecido Rondó, do 1º DP de Santos, está tratando como homicídio culposo – aquela morte que acontece sem intenção, mas por negligência, imperícia ou imprudência.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) também entrou na jogada, abrindo um processo ético-profissional contra um médico que talvez – só talvez – tenha envolvimento nessa história triste. Eles não revelaram nomes, obviamente, mas a investigação corre solta.
Ah, e tem mais: a Vigilância Sanitária de Santos interdietou o local onde tudo aconteceu. Fechou tudo. Agora ninguém mais corre risco naquele lugar, mas a pergunta que fica é: quantos outros "consultórios" assim ainda funcionam por aí?
Um alerta que precisa ser ouvido
O caso da Maria – e tantos outros que não chegam aos jornais – serve como um daqueles alertas que a gente teima em ignorar. Procuramos preços mais baixos, confiamos em indicações duvidosas de redes sociais, e esquecemos que estamos colocando nossa vida nas mãos de completos desconhecidos.
O delegado Rondó foi direto ao ponto: "É fundamental que as pessoas procurem sempre profissionais habilitados e locais regulamentados". Parece óbvio, né? Mas na correria do dia a dia, a gente acaba negligenciando o que é mais importante: nossa própria segurança.
Enquanto a família de Maria chora sua perda irreparável, a justiça tenta correr atrás dos responsáveis. Mas algumas coisas – a presença dela, o calor de um abraço, a conversa no final do dia – são perdas que nenhuma investigação policial vai conseguir reparar.
Fica o alerta, fica a dor, e fica a esperança de que histórias como essa não se repitam. Porque beleza é importante, sim, mas nenhum procedimento estético vale uma vida.