
E aí, vem mais um capítulo dessa novela que não acaba mais. A defesa de Marcos Willians Herbas Camacho, vulgo Marcola, simplesmente jogou um balde de água fria nas acusações do Ministério Público de São Paulo. A tese? Que ele teria ordenado o assassinato do delegado Marcelo Nascimento de Oliveira, em 2022. Só que, segundo os advogados, isso não passa de uma grande ficção.
Nada de provas. Zero. Nada. É assim que a defesa define as acusações. Eles foram diretos ao ponto: não há nenhum elemento concreto que ligue Marcola ao crime. Nem uma mensagem interceptada, nem um depoimento confiável, nadica de nada. A acusação, segundo eles, se sustenta em uma base mais frágil que castelo de areia na praia.
O que dizem os papéis?
Os documentos judiciais, que tive acesso, mostram um argumento pesado. A defesa alega que a promotoria se apoia em meras "inferências" e "suposições" – e não em fatos. Uma das testemunhas, pasme, é um policial militar que nem estava no local no dia do crime. Como confiar em um relato desses?
E tem mais. A defesa soltou um dado que faz a gente coçar a cabeça: o suposto autor material do crime já foi até absolvido em primeira instância. Isso mesmo. Absolvido. Então, como querem condenar quem supostamente mandou matar, se nem o executor foi considerado culpado? A coisa fica estranha, não fica?
Eles foram além e questionaram o timing da acusação. Sabe quando ela surgiu? Dois longos anos depois do crime. Do nada. Por que será? A defesa não diz, mas deixa no ar aquela pulga atrás da orelha.
O outro lado da moeda
Claro, a gente precisa lembrar que isso é a versão da defesa. A promotoria deve ter seus argumentos – que, convenhamos, numa acusação séria assim, não são divulgados com todos os detalhes para a imprensa. A Polícia Civil, na época, disse que a execução foi uma retaliação por operações contra facções. Mas prova mesmo, assim, cabulosa? Ainda não vi.
Esse caso joga luz numa discussão que sempre volta: até que ponto as acusações contra grandes líderes do crime são baseadas em evidências sólidas, e até que ponto são construídas para dar uma resposta – mesmo que simbólica – à sociedade? É uma pergunta incômoda, mas necessária.
Enquanto isso, Marcola segue na papuda, e o judiciário agora tem nas mãos mais esse quebra-cabeça para montar. E a gente fica aqui, na plateia, torcendo para que a justiça – a verdadeira – prevaleça, com provas, e não apenas com boas histórias.