Principal suspeito no caso Madeleine McCann é libertado na Alemanha: um novo capítulo na investigação que dura 18 anos
Suspeito de caso Madeleine McCann é solto na Alemanha

Eis que surge mais uma reviravolta num daqueles casos que parecem não ter fim à vista. Christian Brückner, o alemão apontado como principal suspeito no desaparecimento da pequena Madeleine McCann - lembra-se? -, acabou de ser libertado. Sim, libertado. A notícia correu o mundo nesta quarta-feira e deixou muitos de boca aberta.

O sujeito, de 47 anos, estava atrás das grades por outros crimes (tráfico de drogas, para ser exacto), mas a justiça alemã decidiu que já cumpriu sua pena. E agora? Bem, agora voltamos à estaca zero num mistério que completa 18 anos e que, francamente, parece mais enredado do que novela das nove.

Um quebra-cabeças com peças perdidas

O procurador-chefe Christian Wolters, que acompanha o caso, fez questão de deixar claro: a libertação não significa que Brückner esteja inocente do desaparecimento de Maddie. Longe disso. As investigações continuam a pleno vapor, mas... aqui vem o grande mas... eles simplesmente não têm provas concretas o suficiente para mantê-lo preso especificamente por esse crime.

Não é frustrante? Imagine a família McCann, que há quase duas décadas espera por respostas, recebendo esta notícia. Deve ser como tomar um soco no estômago.

Os detalhes que fazem a diferença

Brückner não é nenhum anjo - longe disso. O indivíduo tinha residência fixa em Braunschweig, no norte da Alemanha, mas passou temporadas em Portugal, precisamente na região do Algarve. Coincidência? A polícia acha que não. Ele já foi condenado por outros crimes hediondos, incluindo abuso sexual de crianças.

Os investigadores alemães estão praticamente convencidos de que ele está por trás do desaparecimento de Madeleine. Têm até uma teoria: o crime seria resultado de uma invasão ao apartamento onde a menina estava com os irmãos gémeos enquanto os pais jantavam com amigos num restaurante a poucos metros dali.

Mas convencimento não é prova. E no mundo da justiça, são as provas que mandam.

O que vem por aí?

Enquanto Brückner respira ar livre, as autoridades garantem que não vão sossegar. O caso permanece activo e novas pistas são investigadas diariamente. O problema é que o tempo é um inimigo cruel nestas situações - memórias desvanecem, testemunhas desaparecem, evidências deterioram-se.

O mundo inteiro acompanha este drama há tanto tempo que já parece parte do nosso imaginário colectivo. E cada nova reviravolta nos lembra que, por trás das manchetes, há uma família que ainda chora a perda de uma menina que simplesmente desapareceu numa noite de Primavera em 2007.

Restamos nós, os espectadores perplexos, a perguntar: quando, afinal, a verdade virá à tona? A resposta, infelizmente, continua pairando no ar como uma névoa espessa.