
Numa tarde que deveria ser como qualquer outra em Itupeva, o silêncio de um bairro residencial foi quebrado por gritos. Vizinhos, assustados, ligaram para a polícia — e o que encontraram deixou até os agentes mais experientes de cara feia.
Um homem, cujo nome não foi divulgado (afinal, a lei protege até quem não merece), estava no meio de uma cena que ninguém deveria presenciar: sua esposa, grávida, com marcas de violência pelo corpo. Ela, entre lágrimas e tremores, contou aos policiais que aquilo não era a primeira vez. Mas, graças a Deus, seria a última — pelo menos por enquanto.
Como tudo aconteceu?
Segundo relatos, a discussão começou por algo banal — dinheiro, ciúmes, quem lava a louça? Ninguém sabe ao certo. Mas o que era só voz alta virou empurrão, que virou soco, que virou… bem, você entende.
Quando a polícia chegou, o suspeito ainda tentou se fazer de vítima. "Ela que me provocou", disse, como se isso justificasse alguma coisa. Os agentes, é claro, não compraram a história. Afinal, nem no faroeste isso colaria.
E a vítima?
A mulher, que prefere não ser identificada (e quem pode culpá-la?), foi levada para o hospital mais próximo. Os médicos disseram que, felizmente, o bebê está bem — mas e o psicológico? Isso é outra história.
"É sempre assim", comentou uma vizinha, que pediu para não ter o nome revelado. "No começo é só um grito aqui, um xingamento ali. A gente até pensa em interferir, mas tem medo. E quando decide agir…" Ela não terminou a frase. Não precisava.
O que diz a lei?
O suspeito foi enquadrado na Lei Maria da Penha — aquela que alguns ainda teimam em dizer que "estraga famílias". Ironia à parte, ele deve responder por lesão corporal e violência doméstica. Se condenado, pode pegar até 4 anos de cadeia. Pouco? Muito? Depende de quem pergunta.
Enquanto isso, a esposa recebeu medida protetiva. "É só um pedaço de papel", resmungou um morador mais cético. Mas, entre não ter nada e ter um "pedaço de papel", acho que todos sabemos qual é a melhor opção.
O caso, que chocou a pacata Itupeva, serve de alerta: violência doméstica não é "problema de casal". É crime. E, como todo crime, precisa ser denunciado — antes que seja tarde demais.