
Uma história que parece saída de um pesadelo – e infelizmente é real. Ribeirão Preto acordou sob o impacto de uma notícia que deixa qualquer um de cabelo em pé: uma filha, a própria sangue do seu sangue, presa sob a terrível suspeita de ter ceifado a vida da mãe.
Segundo as investigações da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, tudo aconteceu na última quarta-feira (17), num cenário doméstico que deveria ser de paz, mas se transformou em palco de horror. O endereço? Rua Antônio de Pádua Rezende, no tranquilo Ipiranga. A vítima: Maria das Dores de Oliveira, 68 anos. A suposta autora? A filha, de 42 anos.
O que teria motivado uma tragédia dessas proporções? A polícia ainda trabalha com hipóteses, mas um boletim de ocorrência registrado pela idosa pouco antes do crime – sim, ela ainda conseguiu registrar uma queixa – joga uma luz sinistra sobre o caso. Um desentendimento familiar, algo que começa com palavras ásperas e termina… com golpes de faca. A arma do crime foi encontrada no local.
O Corpo e a Descoberta Macabra
Imagina a cena: a idosa, encontrada caída na sala de estar. O corpo já em estado avançado de decomposição – um detalhe horrível que sugere que a morte não foi descoberta imediatamente. Quem achou foi o genro, completamente em choque, é claro. Ele não fazia ideia do que iria encontrar ao chegar na casa.
O laudo preliminar do IML não deixa margem para dúvidas: a causa da morte foram lesões perfurocortantes. Múltiplos golpes. Uma violência que é difícil de compreender.
A Investigação: Peça por Peça
Os investigadores, que são bons no que fazem, foram fechando o cerco. As câmeras de segurança da região foram cruciais – aqueles olhos eletrônicos que tudo veem. Elas captaram a movimentação da filha na área do crime no dia e horário estimados do homicídio. Uma prova digital, fria e incontestável.
E não parou por aí. O exame de corpo de delito na filha apontou lesões compatíveis com uma luta corporal. Arranhões, marcas de defesa. Tudo indica que dona Maria, com a força desesperada de quem luta pela vida, tentou se defender da agressão da própria filha.
A delegada Marília Camargo, que comanda as investigações, foi direta: "As provas são consistentes e apontam a autoria da filha no homicídio da mãe". E assim, um mandado de prisão preventiva foi expedido. A mulher foi capturada e agora responde atrás das grades, na cadeia pública de Ribeirão Preto, pela morte de quem lhe deu a vida.
O caso, que corre sob sigilo, é um daqueles que faz a gente se perguntar sobre os limites dos conflitos familiares. Até onde uma discussão pode ir? Que demônio interno leva alguém a cometer um acto tão definitivo e cruel contra a própria mãe? Ribeirão Preto fica à espera de respostas, mas algumas feridas, essas, nunca fecham.