
Natal, a capital do Rio Grande do Norte, infelizmente ainda registra casos alarmantes de violência contra mulheres. Mas, se tem uma coisa que mudou nos últimos anos, foi a rede de apoio disponível para quem precisa romper o silêncio.
Não dá pra fingir que não é com a gente. Vizinho, colega de trabalho, familiar — qualquer um pode estar passando por isso. E se você suspeita de algo, ou se é vítima, saiba que existem caminhos.
Onde buscar ajuda imediata
Primeiro, o óbvio que nem sempre é lembrado: ligue 180. Esse disque-denúncia funciona 24 horas e, pasme, nem precisa se identificar. Eles encaminham o caso pra quem pode agir.
- Delegacia da Mulher — Em Natal, fica na Avenida Hermes da Fonseca. Lá tem equipe especializada que, diga-se de passagem, sabe ouvir sem julgar.
- Ministério Público — Tem um canal exclusivo pra violência doméstica. Já vi casos que foram resolvidos em tempo recorde.
- Defensoria Pública — Pra quem não tem condições de pagar advogado. E olha, fazem um trabalho que merecia mais reconhecimento.
Ah, e se a situação tiver ficando feia? Não espera piorar. Corre pro Juizado de Violência Doméstica. Lá podem expedir medidas protetivas em poucas horas — já salvaram muitas vidas assim.
E se eu não quiser (ou puder) ir pessoalmente?
Entendo perfeitamente. Às vezes o medo fala mais alto, ou a pessoa ainda divide casa com o agressor. Pra esses casos:
- Aplicativo SOS Mulher — Com um toque, aciona a polícia e envia sua localização. Já testei (numa simulação, claro) e é assustadoramente rápido.
- Denúncia online — No site da Secretaria da Mulher do RN. Dá pra fazer anonimamente, mas confesso que o sistema podia ser mais intuitivo.
- Fale com uma vizinha de confiança — Sério. Muitas vezes foi assim que casos vieram à tona na minha rua.
E atenção: desde 2022, todo hospital público do estado é obrigado a notificar casos suspeitos. Então se você for atendida com hematomas "esquisitos", saiba que os profissionais devem agir.
O que esperar depois da denúncia?
Bom, aqui vai a real: o sistema não é perfeito. Já acompanhei casos que foram resolvidos em uma semana, outros que arrastaram por meses. Mas algumas coisas são certas:
- A vítima não paga nada pelo processo
- Pode pedir medida protetiva mesmo sem ter boletim de ocorrência
- Tem direito a acompanhamento psicológico gratuito — pouca gente sabe disso
Uma dica? Documente tudo. Mensagens, fotos dos ferimentos, testemunhas. Num caso que acompanhei, foram prints de WhatsApp que viraram prova decisiva.
E se alguém te disser "ah, mas ele é um bom pai", ou "você vai destruir a família", ignore. Violência não tem justificativa. Ponto final.