
Não é segredo pra ninguém que o Brasil tem um problema crônico com a população em situação de rua. Mas será que a gente já parou pra pensar por quê esse problema persiste há décadas? A professora e jurista Ynaê Lopes — aquela mesma que costuma botar o dedo na ferida — soltou uma reflexão que tá dando o que falar.
Num debate recente, ela disparou: "Se a maioria das pessoas em situação de rua fossem brancas, será que a gente ainda estaria discutindo isso?". A pergunta, aparentemente simples, esconde uma verdade incômoda. E olha que eu nem tô sendo dramática — é só olhar os números.
Os números que ninguém quer ver
Dados do último censo mostram que mais de 60% da população de rua no país é negra. Coincidência? A professora acha que não. "Isso não é acaso, é projeto", ela afirma, com aquela convicção de quem estuda o tema há anos.
E não para por aí. Quando a gente vai ver os programas sociais — aqueles que deveriam ajudar justamente quem mais precisa — a coisa fica ainda mais feia. Os recursos são insuficientes, a abordagem é cheia de preconceito, e a vontade política? Bem... parece que sumiu junto com a última eleição.
O que dizem os especialistas
- Falta de políticas públicas específicas para a população negra em vulnerabilidade
- Abordagem policial violenta em vez de assistência social
- Orçamentos que nunca chegam onde deveriam
- Estigma social que dificulta a reinserção
Não é à toa que o assunto virou polêmica nas redes sociais. De um lado, tem quem defenda que o problema é "complexo demais" pra ser resolvido. Do outro — e aqui eu me incluo — quem acha que falta mesmo é prioridade. E prioridade, meus amigos, tem cor neste país.
Pra fechar com chave de ouro, Ynaê soltou uma que doeu: "Enquanto a gente tratar pobreza como escolha e não como consequência de um sistema falho, vamos continuar enxugando gelo". E olha que ela nem é de esquerda radical — é só alguém que enxerga o óbvio.