
Um fato incomum chamou a atenção de motoristas e pedestres em Niterói nesta quarta-feira (21/05). Um cadeirante foi visto circulando no meio do tráfego intenso de uma das principais vias da cidade, levantando questões urgentes sobre acessibilidade e segurança no espaço urbano.
Testemunhas relataram que o homem, cuja identidade não foi divulgada, trafegava pela pista central da movimentada Avenida Roberto Silveira por volta das 10h da manhã. O episódio, registrado por vários celulares, mostra o cadeirante se deslocando entre veículos em alta velocidade, em uma cena que mistura preocupação e indignação.
Falta de infraestrutura adequada
Especialistas em mobilidade urbana apontam que situações como esta são sintomas de um problema maior: a falta de infraestrutura adequada para pessoas com mobilidade reduzida. "Quando as calçadas são intransitáveis ou inexistentes, as pessoas com deficiência são forçadas a se arriscar no meio do tráfego", explica a urbanista Carla Mendonça.
Riscos e consequências
O caso de Niterói não é isolado. Em todo o Brasil, pessoas com deficiência enfrentam diariamente:
- Calçadas esburacadas ou obstruídas
- Falta de rampas de acesso
- Sinalização tátil inexistente
- Transporte público inadequado
A situação expõe os cadeirantes a riscos graves de acidentes e demonstra a urgência de políticas públicas efetivas para garantir o direito básico à locomoção segura.
O que diz a lei?
A Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência) estabelece claramente a obrigação dos municípios em garantir acessibilidade em vias públicas. No entanto, a implementação ainda está longe do ideal na maioria das cidades brasileiras.
Enquanto isso, episódios como o de Niterói continuam a acontecer, servindo como alerta para a necessidade de transformações urgentes no planejamento urbano das cidades brasileiras.