
O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem, declarou que os documentos contendo críticas ao sistema de urnas eletrônicas eram "opiniões privadas" e não foram encaminhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (09/06/2025) e gerou repercussão no cenário político.
Segundo Ramagem, os materiais em questão não representavam uma posição oficial da ABIN e tampouco foram utilizados como base para qualquer ação governamental. "Eram reflexões internas, sem qualquer vínculo com o Palácio do Planalto", afirmou.
Contexto do caso
Os documentos vieram à tona após investigações sobre supostas tentativas de descreditar o processo eleitoral brasileiro. Especialistas apontam que esse tipo de material poderia ser usado para alimentar teorias infundadas sobre fraudes nas urnas.
Ramagem, que também é deputado federal, reforçou que a ABIN sempre atuou com neutralidade técnica e dentro da legalidade. "Nossa missão era zelar pela segurança da informação, não por interesses políticos", completou.
Reações no Congresso
O caso já mobiliza parlamentares da oposição, que cobram mais transparência sobre o assunto. Alguns defendem a convocação de Ramagem para prestar esclarecimentos em comissões parlamentares de inquérito (CPIs).
Por outro lado, aliados do ex-presidente Bolsonaro minimizaram o fato, classificando-o como "tempestade em copo d'água". Eles argumentam que não há provas de que os documentos tenham influenciado decisões do governo anterior.