
O clima na Câmara dos Deputados está pra lá de tenso — e não é por causa do ar-condicionado que sempre falha nessa época do ano. O líder do PL na casa, Altineu Côrtes, soltou o verbo em discurso que deixou até os mais veteranos de cabelo em pé.
"Isso aqui tá virando circo, mas sem graça nenhuma", disparou o parlamentar, com aquela cara de quem acabou de morder um limão. Segundo ele, as recentes decisões do STF contra aliados do ex-presidente Bolsonaro não passariam de "puro teatro político".
O pulo do gato (ou seria do judiciário?)
O que mais pegou — e como pegou — foi a afirmação de que certas condenações teriam "gosto amargo de revanchismo". Côrtes não economizou nas metáforas: "Quando a lei vira arma pra acertar contas, viramos república de bananas maduras demais".
Do outro lado, os defensores do Supremo rebatem com argumentos que dariam um bom roteiro de novela:
- "Ativismo judicial? Só cumprimos o que está na Constituição", diz um ministro que prefere não aparecer.
- Outro completa, entre dentes: "Tem gente que confunde independência dos poderes com salve-se quem puder".
Enquanto isso, nos corredores do Congresso, o burburinho é tanto que até os cafezinhos esfriaram. Um assessor experiente, desses que já viram tudo, resumiu a situação com uma pérola: "Aqui ou você aprende a nadar ou vira peixe frito".
E agora, José?
A pergunta que não quer calar: será que estamos vendo o início de uma crise institucional séria ou é só mais um capítulo da nossa já tão movimentada política? Côrtes garante que seu partido não vai "ficar de bandeja" — expressão tipicamente brasileira para quem não pretende ficar parado.
Enquanto os ânimos não se acalmam (e olha que não parece ser tão cedo), uma coisa é certa: Brasília continua sendo aquela panela de pressão onde, vez ou outra, alguém solta o vapor. Resta saber quem vai levar o apito na próxima rodada desse jogo que, convenhamos, tá longe de ter regras claras.