
Era pra ser dinheiro que movimentaria o cenário competitivo dos games no Brasil. Mas, pelo que aponta a Polícia Federal, virou um verdadeiro 'banco imobiliário' para um grupo de aproveitadores. Nesta segunda-feira (29), a PF deflagrou uma operação que sacode o mundo dos esports: uma associação do setor está na mira por suspeita de desviar nada menos que R$ 15 milhões de emendas parlamentares.
Segundo as investigações — que já rolam há meses nos bastidores —, a grana que deveria fomentar campeonatos e estruturar a cena gamer nacional teria sido desviada de forma criativa (pra não dizer escancarada). Parte dos recursos, pasmem, foi parar em contas pessoais de dirigentes da entidade. Outra fatia sumiu em gastos sem qualquer relação com o propósito original.
Operação 'Pixel'
Batizada de 'Pixel', a operação não foi nada discreta. Antes do sol raiar, dezenas de agentes bateram nas portas de endereços ligados aos investigados em Brasília e em outros dois estados. Mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e até prisões temporárias foram executados — a Justiça Federal autorizou tudo nos mínimos detalhes.
O que mais choca? A cara de pau. Documentos apreendidos sugerem que os envolvidos montaram um esquema sofisticado, com notas fiscais frias e contratos fantasmas. Tudo pra justificar o injustificável. "É o tipo de caso que dá vergonha alheia", comentou um delegado que pediu para não ser identificado. "Enquanto times sérios penam por patrocínio, essa turma fazia festa com dinheiro público."
O outro lado
Até o momento, a associação não se manifestou oficialmente. Advogados dos investigados garantem que tudo não passa de um "mal-entendido" e prometem comprovar a regularidade das contas. Mas, convenhamos, R$ 15 milhões são muitos pixels para um simples erro de renderização.
Enquanto isso, no Congresso, o caso já virou assunto quente. Parlamentares que indicaram as emendas — sim, há vários nomes envolvidos — correm para se distanciar do escândalo. "Fui enganado como qualquer cidadão", alegou um deputado que preferiu não gravar seu nome na história.
Resta saber: será esse só mais um capítulo na novela de corrupção que nunca acaba? Ou o setor de esports vai aprender a lição e limpar sua própria casa? O que é certo é que, dessa vez, o game over veio mais cedo para os suspeitos.