
O ex-comandante da Marinha, almirante Garnier Santos, negou categoricamente que o desfile de veículos blindados próximo à Câmara dos Deputados, em 7 de junho, tenha sido uma forma de pressão política durante a votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata de benefícios para as Forças Armadas.
Em entrevista exclusiva, o almirante afirmou: "Esse evento estava planejado desde março, como parte das comemorações do Dia da Artilharia. Qualquer sugestão de que foi uma manobra política é completamente infundada".
Contexto da polêmica
O desfile ocorreu no mesmo dia em que deputados analisavam a PEC 45/2024, que prevê vantagens para militares. A coincidência de datas gerou críticas de parlamentares da oposição, que acusaram as Forças Armadas de tentar influenciar o processo legislativo.
Garnier Santos rebateu: "A Marinha não se envolve em política partidária. Nossas atividades são planejadas com antecedência e seguem rigorosamente o calendário militar".
Detalhes da operação
- Participaram 12 veículos blindados
- O trajeto foi aprovado pelo Comando do Exército em abril
- A rota passou por pontos estratégicos de Brasília
- Nenhum militar portava armamento pesado
Especialistas em segurança nacional ouvidos pela reportagem destacaram que desfiles militares na capital federal são comuns e seguem protocolos estabelecidos, mas reconheceram que o timing gerou interpretações políticas.
Reação no Congresso
Líderes partidários se dividiram:
- Governistas defenderam o caráter institucional do evento
- Oposicionistas pediram investigação sobre possível intimidação
- Centrão evitou posicionamento público
A Presidência da República emitiu nota afirmando "respeito à autonomia das Forças Armadas", mas sinalizou que eventos futuros devem considerar o contexto político para evitar mal-entendidos.