Operação Tarrafa 2: PF desmantela esquema milionário de fraude no seguro-defeso no Sul de Minas
PF desmantela fraude no seguro-defeso no Sul de Minas

Era uma manhã como qualquer outra no Sul de Minas — até que os agentes federais bateram à porta. A Operação Tarrafa 2, deflagrada nesta quarta (31), expôs um esquema que, segundo investigações, desviava recursos do seguro-defeso como se fosse pesca em aquário: fácil e sem resistência.

Detalhes que impressionam: documentos falsificados, laranjas recebendo benefícios e até mesmo um suposto esquema de lavagem de dinheiro que faria um caixa eletrônico pirar. "Não era amadorismo", comentou um delegado sob condição de anonimato. "Tinha estrutura, método e — pasmem — até assessoria contábil especializada."

O alvo

O seguro-defeso, pra quem não sabe, é aquele auxílio pra pescador artesanal durante o período de reprodução dos peixes. Só que aqui, parece que alguns "pescadores" nunca nem viram um anzol de perto. A PF estima desvios na casa dos R$ 5 milhões — dinheiro que, em tese, deveria sustentar famílias ribeirinhas.

  • 11 mandados de busca e apreensão cumpridos
  • 5 cidades mineiras no alvo da operação
  • Indícios de falsificação, estelionato e associação criminosa

E olha que curioso: parte dos investigados já tinham histórico com a justiça por crimes similares. "É como se tivessem achado um atalho e insistido no mesmo caminho", brincou um agente, enquanto embalava provas em sacos plásticos.

O modus operandi

Pra burlar o sistema, os suspeitos usavam de tudo — desde CPFs falsos até declarações mentirosas de atividade pesqueira. Tem até caso de sujeito que recebia o benefício em três estados diferentes simultaneamente. "Isso não é esperteza, é afronta", disparou o superintendente regional da PF.

O que mais revolta? Enquanto isso, pescadores legítimos enfrentam filas quilométricas e burocracia que não acaba mais. "A gente se mata de trabalhar pra receber migalhas, e esses caras ficam milionários na moleza", desabafou um ribeirinho que preferiu não se identificar.

Agora é torcer pra que, dessa vez, a tarrafa — aquela rede de pesca que inspirou o nome da operação — apanhe mesmo os peixes graúdos. Porque no mar da corrupção, como todo mundo sabe, os tubarões costumam escapar.