Carros Roubados em SP Usados em Execução de Ex-Delegado Geral no Litoral: Entenda o Caso
Carros roubados em SP usados em execução de ex-delegado

Eis uma daquelas histórias que parecem saídas de um roteiro de filme policial – mas é a pura e crua realidade. Dois carros, roubados friamente na capital paulista, acabaram como instrumentos centrais num crime que chocou o litoral: a execução do ex-delegado geral de São Paulo, Jorge Luiz da Silva.

O fato aconteceu em Peruíbe, no último domingo (14), e as peças desse quebra-cabeça macabro só agora começam a se encaixar. A Polícia Civil confirmou que o Hyundai HB20 e o Fiat Mobi usados pelos assassinos foram levados à força de duas vítimas diferentes em São Paulo, entre sexta e sábado.

Os Veículos e os Crimes

O Hyundai, modelo prata, foi tomado de um homem na Zona Leste na sexta-feira. Já o Fiat, branco, foi roubado no sábado de um motorista de aplicativo na Zona Sul – um detalhe que só aumenta o tom sinistro da trama. Dois crimes «comuns» na cidade que, horas depois, viriam a fazer parte de um homicídio calculista.

E não foi qualquer morte. Jorge Luiz da Silva, 55 anos, foi metralhado dentro do próprio carro, num ataque que deixou marcas de mais de 20 tiros na lataria. A cena foi de horror. Testemunhas contaram que os atiradores chegaram em ambos os veículos – os tais carros roubados – e agiram com frieza, como quem cumpre ordens.

Investigação em Andamento

A delegada Mariana Costa, responsável pelo caso, não esconde a gravidade das descobertas. «Isso mostra um nível de organização assustador», admitiu, em entrevista coletiva. «Roubar carros em São Paulo para cometer um assassinato a 150 km dali não é obra de amador. É planejamento.»

E o que motiva um crime tão ousado? Apesar de as investigações ainda não terem conclusão definitiva, tudo indica que a execução esteja ligada à suposta atuação de Silva em facções criminosas – algo que ele sempre negou publicamente, mas que voltou à tona após sua saída da polícia.

Não é a primeira vez, convenhamos, que um nome do aparato de segurança acaba no centro de polêmicas assim. Mas a frieza com que tudo foi executado deixa uma pergunta no ar: até onde vai o reach do crime organizado neste estado?

Enquanto a polícia corre contra o tempo para identificar os autores dos disparos – e quem mandou executá-los –, familiares e ex-colegas de Silva lamentam a perda. «Ele era controverso, sim, mas ninguém merece partir assim», desabafou um amigo de longa data, que preferiu não se identificar.

O caso segue sob investigação da 1ª Delegacia de Polícia de Peruíbe, com apoio de equipes da capital. Os carros, apreendidos, agora são peça-chave no quebra-cabeça – e quem sabe não levem a mais respostas. Ou, quem sabe, a mais perguntas.